Data de publicação
2015
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Área Geográfica
Natural da cidade de Coimbra, cidade onde morou e trabalhou como impressor entre os anos de 1651 e 1691, tendo sido impressor privilegiado da Universidade de Coimbra. Era fruto do casamento entre o alfaiate Manuel Francisco, filho dos lavradores Manuel Francisco e Isabel Fernandes, naturais de Ventosa, freguesia de Sebal (Condeixa), e Antónia Dias, filha de Julião Fernandes e de Inácia Dias, naturais de Curval, freguesia de Sampaio de Pinheiro da Bemposta (Oliveira de Azeméis). Casou em primeiras núpcias com Maria Rodrigues, natural de Bera, freguesia de Almaraguia, filha de João Rodrigues e de Maria Rodrigues, neta paterna de Manuel Rodrigues e de Catarina Domingues, e materna de Manuel Dias e Isabel Rodrigues, todos moradores em Bera. Maria Rodrigues faleceu a 24 de outubro de 1652, tendo sido sepultada na desaparecida igreja de São Cristóvão da cidade de Coimbra, “diante do Sacramento” . Manuel Dias voltou a casar, com Maria Correia, filha de Manuel Dias (barbeiro e, mais tarde, escrivão) e de Maria Correia, moradores na freguesia de S. Pedro de Coimbra. .

A 29 de abril de 1655, Manuel Dias obteve carta de familiar do Santo Ofício. .

A sua atividade tipográfica iniciou-se em 1651, mantendo casas na Rua das Fangas, na mesma cidade. À data da sua morte, a 25 de abril de 1691, extinguiu-se a sua casa impressora deixando uma extensa obra, da qual se destacam livros como a Historia Universal de Frei Manuel dos Anjos, com uma edição de 1651 (da qual se fez uma contrafacção durante o século XVIII) e outra do ano seguinte; o Compendio, & declaração da Regra, & Estatutos da Ordem Militar de Santiago (1659); a Historia Geral da Ethiopia a Alta, ou Preste Ioam, e do que nella obraram os padres da Companhia de Iesus, composta pelo jesuíta Padre Manuel de Almeida e reeditada pelo Padre Baltasar Teles (1660); os Estatutos da Provincia de Nossa Senhora da Soledade da Ordem de N. P. S. Francisco da Regular observancia dos Capuchos Descalços no Reyno de Portugal (1679). Imprimiu também inúmeros sermões e obras de espiritualidade, diversas obras de juristas como Manuel Mendes de Castro ou Mateus Homem Leitão; algumas obras de poesia (como as Auroras de Diana de Pedro de Castro y Añaya, 1654) ou dedicadas ao ensino (como as edições de obras de João Nunes Freire dedicadas ao ensino do latim ou as edições de autores clássicos); e, ainda, alguns fascículos resultantes de provas académicas na Universidade de Coimbra. .

Bibliografia:
GONÇALVES, José Jorge David de Freitas, A imprensa em Coimbra no século XVII, dissertação de doutoramento apresentada à Faculdade de Ciências Sociais e Humanas – Universidade Nova de Lisboa, 2010, p. 41-48; Anexos, p. 107-138.