Data de publicação
2009
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1º conde de Tentúgal e 1º marquês de Ferreira de Aves, nasceu em Castela, não antes de Janeiro de 1487, e morreu em 17 de Agosto de 1545.
Filho de D. Álvaro de Portugal (filho mais novo de D. Fernando, 2º duque de Bragança) e de D. Filipa de Melo (filha de D. Rodrigo de Melo, 1º conde e alcaide-mor de Olivença, guarda-mor de D. Afonso V e 1º capitão de Tânger). Tinha assim pela linha do pai uma ligação à família real e, pela linha materna, um passado ligado às conquistas norte-africanas.
Com a ascensão ao trono de D. João II, que visou uma política de supressão da Casa de Bragança, deu-se igualmente a perseguição e o exílio de alguns dos seus membros principais. Entre eles estava D. Álvaro, que saiu de Portugal com a mulher, em Maio de 1483, e fixou residência em Castela, onde viria a nascer D. Rodrigo.
Em 1496, já com D. Manuel I no poder, iniciou-se um processo de reorganização das casas nobiliárquicas aparentadas com a Coroa. O rei mandou então chamar os membros da Casa de Bragança refugiados em Castela, entre os quais D. Álvaro e a sua família. O fidalgo foi, assim, reapossado dos seus antigos bens e privilégios, nomeadamente o cargo de desembargador da Casa da Suplicação, que seria depois atribuído ao seu herdeiro. Em 1500 D. Rodrigo fez parte do séquito que recebeu a rainha D. Maria na fronteira.
A 4 de Março de 1504 deu-se a morte do seu pai, D. Álvaro de Portugal, acontecimento que motivou a criação do condado de Tentúgal por parte de D. Manuel, tendo como base um dos senhorios de D. Álvaro. Por esta altura, D. Rodrigo seria ainda adolescente, pelo que os interesses da sua Casa foram tratados pela sua mãe.
Desconhece-se se D. Rodrigo de Melo esteve ligado ao comércio da Carreira da Índia, tal como acontecera com o seu pai D. Álvaro, que desempenhara um papel activo na organização das primeiras armadas da Índia e fora um dos seus maiores investidores privados. É de supor que D. Rodrigo não se tenha alheado completamente dos negócios do pai, muito embora com uma intervenção muito menor. Não existem, igualmente, referências a servidores ou agentes seus na Índia durante o período manuelino, nem o conde é citado a propósito da definição da política oriental e da nomeação dos principais oficiais da Coroa no Estado da Índia. Pode-se afirmar que D. Rodrigo pouco se interessou pela Índia, independentemente dos negócios que aí possa ter realizado.
Contudo, o principal centro de interesses do conde de Tentúgal seria Marrocos. Quando atingiu a maioridade, D. Rodrigo procurou honrar o seu nome no campo de batalha e repetir os feitos dos seus avós, viajando por duas vezes até ao Norte de África. Em 1508, participou na expedição que visava a conquista de Azamor, que fracassou, sendo depois ferido por um pelouro de bombarda aquando do socorro a Arzila por parte da frota onde seguia. Em 1513, regressou a Marrocos acompanhando o seu primo D. Jaime, duque de Bragança, na tomada de Azamor. São várias as referências a criados e escudeiros de D. Rodrigo que se distinguiram pela sua bravura em Marrocos, recebendo cartas de confirmação de privilégio de cavaleiro.
D. Rodrigo de Melo casou com pouco mais de vinte anos, tendo estado noivo de D. Maria de Portocarreiro, noivado que foi cancelado pela celebração de um novo contrato de casamento em 20 de Novembro de 1510 com D. Leonor de Almeida, filha de D. Francisco de Almeida, o primeiro vice-rei da Índia. É notório assinalar que este casamento não relacionou D. Rodrigo com a construção do Estado da Índia, pois nesta altura D. Francisco de Almeida já havia falecido. Há que relevar que, tal como o pai e o avô, D. Rodrigo casou com uma fidalga de origem inferior mas que herdara o património do progenitor. Deste casamento nasceram D. Leonor, D. Álvaro e D. Francisco de Melo, este último vindo a suceder no condado de Tentúgal devido à morte do irmão mais velho.
Em 1516, ano da morte da sua mãe, D. Rodrigo tomou posse da alcaidaria-mor de Olivença e foram-lhe confirmadas as terras de Ferreira de Aves, Carapito, Vila Maior, Cadaval e Peral, concentrando assim finalmente a herança dos seus progenitores.
A 23 de Novembro de 1518, D. Rodrigo de Melo integrava a comitiva que foi receber a rainha D. Leonor à fronteira.
Em 1525 morreu a sua mulher D. Leonor de Almeida, tendo D. Rodrigo casado pela segunda vez com D. Brites de Meneses.
Foi-lhe atribuído o título de marquês de Ferreira em 1533, por D. João III (alvará de 6 de Março de 1532).
Bibliografia:
COSTA, João Paulo Oliveira e, "O Conde de Tentúgal e a Linhagem dos Melos na Política Ultramarina Manuelina", in A Alta Nobreza e a Fundação do Estado da Índia. Colóquio Internacional. Actas, org. João Paulo Oliveira e Costa e Vítor Luís Gaspar Rodrigues, Lisboa, CHAM-IICT, 2004, pp.9-32.FREIRE, Anselmo Braancamp, Brasões da Sala de Sintra, vol. III, Lisboa, Imprensa Nacional, 1973, pp. 367-369; 400.
Filho de D. Álvaro de Portugal (filho mais novo de D. Fernando, 2º duque de Bragança) e de D. Filipa de Melo (filha de D. Rodrigo de Melo, 1º conde e alcaide-mor de Olivença, guarda-mor de D. Afonso V e 1º capitão de Tânger). Tinha assim pela linha do pai uma ligação à família real e, pela linha materna, um passado ligado às conquistas norte-africanas.
Com a ascensão ao trono de D. João II, que visou uma política de supressão da Casa de Bragança, deu-se igualmente a perseguição e o exílio de alguns dos seus membros principais. Entre eles estava D. Álvaro, que saiu de Portugal com a mulher, em Maio de 1483, e fixou residência em Castela, onde viria a nascer D. Rodrigo.
Em 1496, já com D. Manuel I no poder, iniciou-se um processo de reorganização das casas nobiliárquicas aparentadas com a Coroa. O rei mandou então chamar os membros da Casa de Bragança refugiados em Castela, entre os quais D. Álvaro e a sua família. O fidalgo foi, assim, reapossado dos seus antigos bens e privilégios, nomeadamente o cargo de desembargador da Casa da Suplicação, que seria depois atribuído ao seu herdeiro. Em 1500 D. Rodrigo fez parte do séquito que recebeu a rainha D. Maria na fronteira.
A 4 de Março de 1504 deu-se a morte do seu pai, D. Álvaro de Portugal, acontecimento que motivou a criação do condado de Tentúgal por parte de D. Manuel, tendo como base um dos senhorios de D. Álvaro. Por esta altura, D. Rodrigo seria ainda adolescente, pelo que os interesses da sua Casa foram tratados pela sua mãe.
Desconhece-se se D. Rodrigo de Melo esteve ligado ao comércio da Carreira da Índia, tal como acontecera com o seu pai D. Álvaro, que desempenhara um papel activo na organização das primeiras armadas da Índia e fora um dos seus maiores investidores privados. É de supor que D. Rodrigo não se tenha alheado completamente dos negócios do pai, muito embora com uma intervenção muito menor. Não existem, igualmente, referências a servidores ou agentes seus na Índia durante o período manuelino, nem o conde é citado a propósito da definição da política oriental e da nomeação dos principais oficiais da Coroa no Estado da Índia. Pode-se afirmar que D. Rodrigo pouco se interessou pela Índia, independentemente dos negócios que aí possa ter realizado.
Contudo, o principal centro de interesses do conde de Tentúgal seria Marrocos. Quando atingiu a maioridade, D. Rodrigo procurou honrar o seu nome no campo de batalha e repetir os feitos dos seus avós, viajando por duas vezes até ao Norte de África. Em 1508, participou na expedição que visava a conquista de Azamor, que fracassou, sendo depois ferido por um pelouro de bombarda aquando do socorro a Arzila por parte da frota onde seguia. Em 1513, regressou a Marrocos acompanhando o seu primo D. Jaime, duque de Bragança, na tomada de Azamor. São várias as referências a criados e escudeiros de D. Rodrigo que se distinguiram pela sua bravura em Marrocos, recebendo cartas de confirmação de privilégio de cavaleiro.
D. Rodrigo de Melo casou com pouco mais de vinte anos, tendo estado noivo de D. Maria de Portocarreiro, noivado que foi cancelado pela celebração de um novo contrato de casamento em 20 de Novembro de 1510 com D. Leonor de Almeida, filha de D. Francisco de Almeida, o primeiro vice-rei da Índia. É notório assinalar que este casamento não relacionou D. Rodrigo com a construção do Estado da Índia, pois nesta altura D. Francisco de Almeida já havia falecido. Há que relevar que, tal como o pai e o avô, D. Rodrigo casou com uma fidalga de origem inferior mas que herdara o património do progenitor. Deste casamento nasceram D. Leonor, D. Álvaro e D. Francisco de Melo, este último vindo a suceder no condado de Tentúgal devido à morte do irmão mais velho.
Em 1516, ano da morte da sua mãe, D. Rodrigo tomou posse da alcaidaria-mor de Olivença e foram-lhe confirmadas as terras de Ferreira de Aves, Carapito, Vila Maior, Cadaval e Peral, concentrando assim finalmente a herança dos seus progenitores.
A 23 de Novembro de 1518, D. Rodrigo de Melo integrava a comitiva que foi receber a rainha D. Leonor à fronteira.
Em 1525 morreu a sua mulher D. Leonor de Almeida, tendo D. Rodrigo casado pela segunda vez com D. Brites de Meneses.
Foi-lhe atribuído o título de marquês de Ferreira em 1533, por D. João III (alvará de 6 de Março de 1532).
Bibliografia:
COSTA, João Paulo Oliveira e, "O Conde de Tentúgal e a Linhagem dos Melos na Política Ultramarina Manuelina", in A Alta Nobreza e a Fundação do Estado da Índia. Colóquio Internacional. Actas, org. João Paulo Oliveira e Costa e Vítor Luís Gaspar Rodrigues, Lisboa, CHAM-IICT, 2004, pp.9-32.FREIRE, Anselmo Braancamp, Brasões da Sala de Sintra, vol. III, Lisboa, Imprensa Nacional, 1973, pp. 367-369; 400.