Data de publicação
2013
Categorias
Período
Área Geográfica
Uma informação provinda da Mina, não assinada, datada de 29 de Setembro de 1572, e dirigida a D.Sebastião, analisa as quatro possibilidades de tirar proveito para a Mina: mantendo-a como está, reformando-se alguma coisa; procurando com menos custo tirar dela proveito, tendo a fortaleza bem munida e provida de poucos homens e guardando as costas com as galés; arrendando-a; ou, por fim, a solução manifestamente defendida pelo incógnito proponente, alargando-a para que se habite.

Afirma, nesta última linha, que já no ano anterior sustentara que a terra se deve dar para ser habitada, e que se fazia muito facilmente um novo Portugal, ou novas Índias, mais ricas que as de Castela. O rei juntaria assim novos reinos, com esta “grandissima Ethiopia”, sujeitando-a a suas leis, e fazendo pregar as divinas.

Adoptando esta ideia, a primeira coisa a fazer seria enviar um grande fidalgo com o título de Vice-Rei da Etiópia, como acontece na Índia e acontecia no Brasil, com sucessão de governação.

Depois de rejeitar a ideia de insalubridade da terra e de elogiar a sua produtividade, propõe várias medidas: a introdução de sementes, o aproveitamento dos animais locais, e a introdução de animais domésticos da Europa, o povoamento com gente das ilhas, de São Tomé “às Terceiras”, a entrega dos cargos oficiais e da justiça a portugueses, a exclusividade da pertença dos navios ao rei, a criação de moeda local, as habitações juntas de brancos e pretos, a educação dos negros no trabalho, o cultivo das terras, a exploração do ouro.

A ideia não teria qualquer sequência…

Bibliografia:
BNP – Ms.8457, fls.100v.-110. Transcrito in BRÁSIO, Monumenta Missionaria Africana, África Ocidental, v.III, Lx, 1958 (1ª série).