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1298-1299: Enquanto estava na prisão Marco Polo ditou a Rustichello de Pisa a sua passagem pela Ásia, surgindo a primeira referencia da parte de um europeu à presença de uma grande ilha a Oriente do Cataio, a qual foi denominada Cipango.

1492: Viagem de Cristovão Colombo o qual, tendo partido de Palos, na Andaluzia, pretendia chegar ao Extremo Ocidente navegando para Ocidente.

1498: Chegada dos portugueses à Índia, absorvendo informação sobre os territórios asiáticos até Malaca.

1500: Armada liderada por Pedro Álvares Cabral obteve novas informações sobre o Oriente, recebendo os portugueses as primeiras notícias sobre a China.

1502: Impressão, em Lisboa, da obra de Marco Polo.

1506: D. Manuel I ordena ao vice-rei da Índia que criasse uma base em Malaca, antes da chegada dos espanhóis a esta região pelo ocidente.

1508: Envio por D. Manuel I, partindo de Lisboa, de uma expedição destinada a descobrir Malaca, comandada por Diogo Lopes de Sequeira.

1509: Diogo Lopes de Sequeira chega a Malaca, mas é obrigado a abandonar esta região perante ameaças de mercadores muçulmanos. Dá-se, assim, o primeiro contacto entre portugueses e chineses.

1510: D. Manuel I ordena a partida de uma segunda armada rumo a Malaca, a qual foi comandada por Diogo Mendes de Vasconcelos. Porém, Afonso de Albuquerque, na Índia, impede este último de prosseguir com esta expedição.

1511: Conquista de Malaca por Afonso de Albuquerque e consequente exploração da vertente oriental do continente asiático.

1512: Fernando, o Católico (1452-1516) pondera enviar uma expedição à Ásia Oriental, realizada por via da rota do cabo da Boa Esperança. Esta tentativa é evitada pela diplomacia portuguesa.

António de Abreu e Francisco Serrão chegam às Molucas, ilhas que se destacavam por nelas se produzirem especiarias raras (como o cravo, a noz moscada e a maça).

1513: Chegada de Jorge Álvares a Cantão, na China, enviado pelo capitão de Malaca. Balboa atravessa o istmo do Panamá, desvendando o desconhecido «Mar do Sul». Fernando, o Católico, é informado que Colombo tinha descoberto um novo continente. Ao contrário do que se ambicionava não tinha chegado ao Extremo Oriente do continente asiático.

1514: Finalização, em Malaca, da Suma Oriental de Tomé Pires, primeiro texto nacional no qual é mencionado o Japão.

1515: Partida da armada que levava o primeiro embaixador português, Tomé Pires, à China.

1517: Desembarque de Tomé Pires em Cantão.

1519: Ao serviço do rei espanhol Carlos V, Fernão de Magalhães inicia a sua viagem procurando as Molucas.

1520: No mês de Outubro, Fernão de Magalhães desvenda o estreito que ligava os oceanos Atlântico e Pacífico.

1521: Chegada de Fernão de Magalhães à parte oriental do continente asiático. O capitão desta armada morreu num combate nas Luções, nas Filipinas. Envio de Lisboa de uma armada com o objectivo de edificar uma fortaleza na costa chinesa, como forma de controlo do comércio local, o que levou à expulsão dos mercadores portugueses de Cantão.

1522: Chegada de Sebastião del Cano a Espanha. Despoletar do conflito luso-espanhol pela posse das Molucas, que levou à edificação de uma fortaleza portuguesa na ilha de Ternate, nas Molucas.

O Mar da China revela-se num local aprazível para os portugueses, embora estes não dispusessem de meios para invernar na costa chinesa.

1524: Início das negociações entre Portugal e Espanha pela partilha do espaço oriental do continente asiático, contexto em que ressalta a «Questão das Molucas».

1525: Nova partida de uma expedição espanhola, comandada por Jofre de Loyasa, rumo à Ásia Oriental. Os seus sobreviventes fixam-se na ilha de Tidore, nas Molucas.

1526: O monarca D. João III determina ao capitão de Malaca que retome as relações comerciais com a China.

1529: Tratado de Saragoça, a 15 de Abril, no qual Portugal determina que as Molucas se encontravam na área espanhola, pelo que adquiriram o direito de soberania destas ilhas pelo valor de 350 000 ducados.

1531: D. João III determina o envio de uma armada ao Mar da China, a qual pensa-se que nunca chegou a ocorrer, mas que teria o fito de controlar as acções dos aventureiros.

1542: Estabelecimento de comerciantes portugueses em Liampó, situada na costa do Fuquiem.

Expedição espanhola, comandada por Ruy de Villalobos (?-1542), que tendo partido da América visava explorar o lado Ocidental do Oceano Pacífico.

1543: primeiro desembarque de portugueses numa ilha japonesa, nomeadamente, Tanegashima.

1544: Fortalecimento dos negócios entre portugueses e japoneses, sendo que os comerciantes portugueses passam a estar presentes nos portos de Satsuma e Bungo.

1545: Após terem sido expulsos de Liampó, os mercadores portugueses fixam-se em Chincheu.

1547: Chegada dos primeiros japoneses a Malaca.

Os sobreviventes da expedição espanhola comandada por Ruy de Villalobos foram neutralizados pelos portugueses, tendo depois sido enviados pela rota do Cabo novamente para o espaço europeu. Primeira descrição da terra e da população do Japão, por Jorge Álvares.

1548: Primeiro desembarque dos japoneses em Goa. Proliferação no Ocidente da notícia da descoberta do Japão. Após a expulsão definitiva dos aventureiros da costa do Fuquiem, estes retomaram às proximidades de Cantão.

1549: A 15 de Agosto, os primeiros missionários, liderados por São Francisco Xavier desembarcam em Kagoshima.

1550: Descoberta do porto de Hirado, por mercadores portugueses. Goa determina o monopólio sobre o comércio chinês e japonês, o qual seria entregue anualmente sobre o regime de concessão.

1551: Em Janeiro, São Francisco Xavier torna-se no primeiro europeu a visitar a capital do Japão. Neste mesmo ano foram impressas em Portugal as primeiras cartas escritas por este no território nipónico. Em Abril, os jesuítas estabelecem a sua primeira missão em Yamaguchi. Em Novembro, São Francisco Xavier retoma à Índia e Cosme de Torres torna-se no novo superior da missão nipónica.

1552: Desembarque, em Goa, de uma embaixada do dáimio de Bungo, Otomo Yoshishige. Impressão em Itália das primeiras cartas escritas por São Francisco Xavier, no Japão. No mês de Dezembro, São Francisco Xavier falece na ilha de Sanchuão, não conseguido entrar na China.

1552-1554: Fortalecimento da presença portuguesa no Mar da China, proporcionada pelo disciplinar dos aventureiros e pelo negociar com as autoridades chinesas.

1554: Retorno dos comerciantes portugueses a Cantão. Envio de uma embaixada a Bungo originária de Goa. Admissão em Portugal de um japonês convertido chamado Bernardo, enquanto irmão da Companhia de Jesus.

1555: Bernardo visita Roma, tendo sido o primeiro japonês a fazê-lo. Batalha de Shinano Asabiyamajô: de forma pioneira, numa das facções, a dos Takeda, verifica-se a existência de um corpo de espingardeiros. Luís de Almeida ingressa na Companhia no Japão, tendo depois criado um hospital em Funai e, depois deste, uma Misericórdia.

1556: Admissão de Paulo de Bungo e Lourenço como primeiros japoneses integrados na Companhia de Jesus no Japão.

Expulsão de missionários de Yamaguchi. Desta forma, o Funai revela-se o principal centro da missão.

1557: Fixação de portugueses em Macau.

Comunicado da morte de D. João III por parte de D. Catarina, regente de Portugal, a Otomo Yoshishige. Renovar do elo de ligação entre Portugal e o Bungo.

1558: Expulsão de missionários de Hirado. Não obstante, os comerciantes provenientes de Macau continuam a frequentar este porto.

1559: Em Setembro, Gaspar de Vilela, juntamente com o irmão Lourenço e outros ajudantes japoneses, dirigem-se para Quioto, fundando a primeira missão cristã no epicentro do império.

1560: Dáimio de Owari, nomeado Oda Nobunaga, sai vitorioso na batalha de Okehama, ascendendo como um dos principais senhores no centro da região nipónica.

1561: Florescer dos contactos entre os jesuítas e Omura Sumitada.

1562: Negócios de comerciantes portugueses em Yokoseura, região litoral de Omura, processo favorecido pela influência dos missionários.

1563: Omura Sumitada: primeiro dáimo cristão.

Vitória de Lourenço nos confrontos de Nara, alcançando as primeiras conversões entre a nobreza do Kinai.

Yokoseura fica destruída, perante os ataques dos opositores de Sumitada.

1564: Retomar dos comerciantes portugueses a Hirado.

1565: Um navio proveniente de Macau ataca o porto de Fukuda, provocando um corte de relações entre os portugueses e o dáimio de Hirado. Fixação, nas Filipinas, dos espanhóis originários do México. Expulsão dos missionários e dominação da capital por Matsunaga Hisashide.

1567: Conquista do feudo de Mino por Oda Nobunaga.

1568: Entrada de Oda Nobunaga em Quioto e controlo da capital nipónica pelo mesmo.

1569: Primeiro contacto de Oda Nobunaga com os missionários, sendo que o primeiro os autorizou a permanecerem na capital.

Os Otomo conseguiram contrariar uma tentativa dos Mori para atacar Kyusgu. Desta forma, a casa de Bungo tornou-se na mais poderosa de Kyushu.

1570: Francisco Cabral foi nomeado o novo superior da missão no Japão. Possivelmente, os cristãos no Japão já rondariam os 30 000 fiéis.

1571: Nagasaqui passa a ser, de forma definitiva, o ponto final da rota sino-nipónica e o epicentro missionário do Japão.

1573: O xogunato de Ashikaga é suprimido por Oda Nobunaga.

1575: Derrota e Takeda na batalha de Nagashino, saldando-se a vitória de Nobunaga, motivada pela forma de organização dos corpos de espingardeiros.

1576: Baptismo de do dáimio de Arima, Arima Yoshisada.

1578: Baptismo do dáimio de Bungo, Otomo Yoshishige, no mês de Agosto. Em Novembro e Dezembro ocorreu o episódio de Takatsuki.

1579: Primeiro desembarque de Alexandre Valignano em terras nipónicas.

1580: Doação de Nagasaqui aos jesuítas, em Junho, por Omura Sumitada. A política de formação intensiva do clero autóctone torna-se oficial a mandato de Valignano, contexto em que surgem os primeiros seminários no Japão. Baptismo do novo dáimio de Arima, Arima Horunobu. Entronização de Filipe II de Espanha enquanto rei de Portugal.

1581: Elevação da missão nipónica a vice-províncial, tendo-se nomeado para primeiro vice-provincial Gaspar Coelho.

1582: Em Fevereiro, deu-se o início da embaixada dos enviados dos dáimios de Kyushu a Roma. Possivelmente, os cristãos no Japão já rondariam os 150 000 fiéis. A 21 de Junho, Nobunaga suicidou-se, após ter sido traído por Akechi Mitsuhide. A 2 de Julho, deu-se a derrota de Mitsuhide na batalha de Yamazaki, sendo que o vitorioso Toyotomi Hideyoshi se tornou no herdeiro político de Nobunaga.

1583: Início do processo de evangelização do Império Chinês pelos jesuítas.

1584: Batalha de Okitanawate, em Shimabara, saldando-se numa derrota das forças de Ryuzoji Takanobu pelos exércitos aliados de Arima e Satsuma, contexto em que usufruíam das peças de artilha disponibilizadas pelos portugueses.

1585: Visita a Roma da embaixada dos dáimios de Kyushu. Promulgação do breve Ex pastoralis officio, pela Santa Sé, determinando a exclusividade da missionação no Japão aos jesuítas pertencentes ao Padroado Português do Oriente. Toyotomi Hideyoshi é nomeado kanpaku.

1586: Ocupação de Nagasaqui pelos exércitos de Satsuma. Apelo da parte dos dáimios cristãos de Kyushu a Hideyoshi e ao vice-provincial jesuíta, para intervirem em Kyushu.

1587: Ocupação do Funai pelas forças de Satsuma, em Janeiro. Invasão da ilha de Kyushu, em Abril, por Hideyoshi. A 4 de Maio, morre Omura Sumitada. A 6 de Junho, morre Otomo Yoshishige. Rendição do dáimio de Satsuma, Shimazu Yoshihisa, a Hideyoshi, em Junho. A 25 de Junho, Hideyoshi promulgou o primeiro édito anti-cristão. Transferência da autoridade sobre Nagasaqui, a qual passa a estar dependente do poder central. Renegar do Cristianismo da parte do dáimio de Bungo, Otomo Yoshimune.

1588: Em Fevereiro, dá-se o primeiro estabelecimento de uma diocese japonesa por Roma, sediada no Funai. Envio de Alexandre Valignano, da parte de Goa, como embaixador a Toyotomi Hideyoshi. Morte do primeiro bispo de Funai, D. Sebastião de Morais, em Moçambique.

1589: Franciscanos portugueses demonstram a sua disponibilidade para trabalharem em terras nipónicas.

1590: Kanpaku termina a unificação do império. Desembarque de Valignano em Nagasaqui, ocorrido no mês de Julho, levando consigo os enviados dos dáimios cristãos de Kyushu, provenientes de Roma. Pedro Gomes é nomeado novo vice-provincial.

1591: Recenseamento da população do império, ordenado por Hideyoshi. A 3 de Março, deu-se a recepção da embaixada de Valignano, em Quito, por Hideyoshi. Diminuição da repressão ao Cristianismo. Reconciliação entre Otomo Yoshimune e a Igreja.

1592: Desembarque, no Japão, da primeira embaixada enviada pelo governador de Manila, liderada por um dominicano. Intensificar da rivalidade luso-espanhola no Extremo Oriente. O Japão enceta a primeira expedição contra a Coreia, na qual muitos dáimios cristãos integraram o contingente de invasores. Foi por esta via que o Cristianismo entrou, pela primeira vez, na Coreia.

1593: Desembarque de franciscanos espanhóis no Japão, como enviados de uma nova embaixada de Manila. Hideyoshi aceita a instalação de franciscanos. Surgimento imediato de antagonismos entre os missionários do Padroado e os do Patronato.

1595: Navegação da primeira armada holandesa no Oceano Índico, tendo negociado na Insulíndia.

1596: Desembarque do bispo do Japão, D. Pedro Martins, em Nagasaqui, ocorrido no mês de Julho. A 19 de Outubro deu-se o naufrágio do galeão San Filipe, na costa de Shikoku. Recepção de D. Pedro Martins por Hideyoshi, em Novembro. Possivelmente, os cristãos no Japão já rondariam os 300 000 fiéis.

1597: Hideyoshi ataca novamente a cristandade e expulsa os franciscanos do Japão na sequência de divergências entre o poder central e os sobreviventes do naufrágio do San Filipe.

1598: Morte de D. Pedro Martins, a 5 de Fevereiro, no estreito de Singapura. A 5 de Agosto, D. Luís de Cerqueira, coadjutor de D. Pedro Martins e novo bispo do Japão, desembarcou em Nagasaqui. Morte de Hideyoshi, a 16 de Setembro, permitiu a readmissão dos franciscanos pelas novas autoridades japonesas. Filipe III de Espanha é coroado rei de Portugal. Divergências entre jesuítas e franciscanos no que concerne à responsabilidade pelo martírio de Nagasaqui proveniente, respectivamente, de Macau e Manila.

1599: De acordo com D. Luís de Cerqueira foram realizados 70 000 baptismos, nos dois últimos anos. Saída definitiva dos japoneses da Coreia.

1600: A Santa Sé aceita que os missionários de ordens mendicantes trabalhem em terras nipónicas, desde que a elas se dirijam pelas rotas portuguesas. Francisco Pasio é nomeado novo vice-provincial. Naufrágio do Liefde, primeiro navio holandês a alcançar o Japão, na costa de Bungo, em Abril. A 21 de Outubro deu-se a batalha de Sekigahara, que consagrou Tokugawa Ieyasu como o dáimio mais poderoso do império japonês.

1600-1610: Os ataques holandeses colocaram entraves, nesta década, ao comércio português no Mar da China. Realização de algumas perseguições a cristãos em algumas áreas japonesas.

1601: A 22 de Setembro, os jesuítas Sebastião Kimura e Luís Niabara tornaram-se nos dois primeiros sacerdotes japoneses.

1602: Surgimento da V.O.C. (Vereenigde Oostindische Compagnie), nos Países Baixos. Inicio da actividade missionária dos agostinhos no Japão. Instituição do goshuiensen pelo poder central nipónico, procurando promover a deslocação de mercadores japoneses ao continente.

1603: Tokugawa Ieyasu é nomeado xogum. Inicio da actividade missionária dos dominicanos no Japão.

1605: Abdicação de Tokugawa Ieyasu, o qual entregou o poder ao seu filho, Tokugawa Hidetada, tornando-se no kubô (xogum retirado). Ordenação dos primeiros sacerdotes japoneses do clero secular, por D. Luís de Cerqueira. A 17 de Dezembro, o vice-rei de Portugal, D. Pedro de Castilho, procurou negociar com Madrid o restabelecimento do exclusivo da missionação por parte dos jesuítas do Padroado no Japão.

1606: Tokugawa Ieyasu recebe D. Luís de Cerqueira.

1607: Tokugawa Ieyasu e Tokugawa Hidetada recebem o vice-provincial.

1608: A Santa Sé determina a abertura da missão nipónica a todos os missionários. A tripulação de um navio do dáimio de Arima tem problemas em Macau, sendo parte desta executada pelas autoridades portuguesas, obedecendo estas à pressão dos mandarins.

1609: Estabelecimento de uma feitoria, pelos holandeses, em Hirado. 1610: No seguimento dos acontecimentos em Macau, a 26 de Janeiro, um navio português que fez frente ao bloqueio holandês (1609) foi atacado. Sem fuga a este cerco o capitão, André Pessoa, fez explodir o navio. Assinatura de um tratado entre o bakufu e os espanhóis, a 4 de Junho, que visava comunicações frequentes entre o Japão e o México.

1611: Elevação da vice-província do Japão a província, tendo como seu primeiro provincial Valentim de Carvalho. Perante o insucesso da missão proveniente do México, as relações entre Espanha e o Japão viram-se comprometidas. Restabelecimento das ligações cordiais entre os portugueses e o bakufu, possibilitadas pelo capitão da nau oriunda de Macau, Nuno de Sotomayor.

1613: Fundação de uma feitoria portuguesa em Hirado.

1614: Promulgação de um novo édito anti-cristão por bakufu, que levou à expulsão imediata de todos os religiosos. Morte de D. Luís de Cerqueira, a 16 de Fevereiro. Saída de grande parte dos missionários do Japão, em Novembro, embora tendo permanecido alguns deles como clandestinos. Macau tornou-se no novo centro coordenador da actividade jesuíta no Japão. Primeiro cerco a Osaca, onde estavam Tokugawa Hideyosi e os opositores de Tokugawa Ieyasu.

1615-1623: Desembarque de vários missionários no Japão, que se fazem passar por mercadores.

1615: Conquista de Osaca por Tokugawa Ieyasu, que assim extinguiu a descendência de Hideyoshi.

1616: De acordo com o bakufu, todos os que escondessem religiosos seriam condenados à morte. Morte de Tokugawa Ieyasu, a 1 de Junho. Restrição do comércio externo português aos portos de Hirado e Nagasaqui.

1618: A nau do trato é substituída pelo envio de vários navios ligeiros, ligando Macau a Nagasaqui.

1619: Novo bispo do Japão, D. Diogo de Valente, é impedido de continuar a sua viagem rumo ao Japão.

1620: Alastramento da perseguição aos cristãos para o Norte do Japão.

1621: Filipe IV de Espanha torna-se rei de Portugal.

1622: Forte ataque holandês mal sucedido, com resistência de Macau.

1623: Ascensão de Tokugawa Iemitsu, pela abdicação do seu pai, Tokugawa Hidetada. Encerramento da feitoria de Hirado pelos ingleses. Proibição, pelo bakufu, dos portugueses residirem permanentemente em Nagasaqui, mesmo aqueles que já tinham constituído família, podendo apenas levar os seus filhos e tendo que deixar as mulheres. Acentuar das perseguições aos cristãos e torturas aplicadas aos religiosos descobertos. Fim, definitivo, das relações entre espanhóis e japoneses.

1624: Instalação de holandeses na Formosa.

1627: Aspiração de Goa do controlo total do comércio entre a China e o Japão, pretensão à qual se opõem comerciantes de Macau.

1628: Filipe IV entregou o exclusivo da missionação nipónica aos jesuítas por 15 anos, medida que não foi aceite pelo Conselho das Índias. Proibição de negociações entre os navios da V.O.C. e o Japão, mediante um problema ocorrido na Formosa. Os portugueses retomam o seu estatuto de único interlocutor europeu do Japão.

1632: Morte de Tokugawa Hidetada, tornando-se Ieyasu no único e absoluto senhor do bakufu.

1633: Retomar dos negócios holandeses em Hirado.

1634: Começo da edificação da ilha artificial de Deshima, na baía de Nagasaqui. Somam-se apenas dez religiosos europeus no Japão.

1635: Extinção do goshuinsen e proibição dos súbditos de deixarem o país, medidas estas determinadas pelo bakufu. Controlo por parte de oficiais da Coroa da viagem entre Macau e Nagasaqui.

1636: "Inauguração" de instalações de Deshima por comerciantes portugueses.

1637: Começo da revolta de Shimabara, na qual grande parte dos revoltosos são cristãos e onde os portugueses foram acusados pelas autoridades japonesas de terem promovido o conflito.

1638: A 12 de Março os revoltosos, centrados no castelo de Hara, não tendo resistido ao bombardeamento holandês, acabaram por se render, tendo, de seguida, cerca de 37 000 sobreviventes sido mortos pelas tropas do bakufu.

1639: As autoridades japonesas quebraram as relações com os portugueses e alteraram a feitoria holandesa de Hirado para Deshima.

1640: Envio de uma embaixada macaense ao Japão procurando fazer retomar as relações comerciais. Os enviados foram presos e mortos.

1642-1643: Entrada dos últimos missionários clandestinamente no Japão.

1644: D. João IV enviou uma embaixada ao Japão, liderada por Sequeira de Sousa.

1647: Chegada de Sequeira de Sousa a Nagasaqui, tendo de imediato recebido ordens para abandonar as terras e águas nipónicas.

1685: Última tentativa da parte dos portugueses para o restabelecimento dos laços com o Japão.