Data de publicação
2009
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É um dos mais célebres cartógrafos portugueses do século XVI e também um daqueles de que mais obras sobreviveram. Chegou a ser considerado por alguns historiadores como o mais exímio doe todos os cartógrafos nacionais, ma Armando Cortesão contestou-lhe essa primazia e teve, naturalmente, fortes razões para o fazer. Sobre a sua vida também se têm adiantado afirmações que nunca puderam ser confirmadas (por exemplo, é muito duvidoso que tivesse estudado na universidade). De positivo sabe-se que esteva na Índia por meados do século, devendo ter aí constituído família, que tomou parte no segundo cerco de Diu (1546), sendo ferido em uma das pernas; que navegou o golfo de Bengala, pois o seu nome é citado num roteiro referente à ligação de Arracão para Bengala no Livro de Marinharia de João de Lisboa, e que nos Oriente desenhou oito atlas muito apreciados, entre 1568 (com vinte folhas, hoje na Biblioteca Nacional de Madrid) e 1580 (na Biblioteca do Estado de Munique). Dois destes atlas conservam-se, porém, em Portugal, o atlas de 1571 (na Biblioteca Nacional) e o de c. 1576, truncado (no Arquivo Nacional da Torre do Tombo), o primeiro com vinte folhas e o segundo com dezoito (falta-lhe o frontispício e uma carta). Com extenso e cuidado labor cartográfico, Fernão VAZ Dourado foi considerado por Armando Cortesão como «notável cartógrafo», «em virtude da homogeneidade da sua vasta obra, a sua excepcional perícia de desenhador e o gosto artístico da bela iluminura dos seus atlas».
Artigo originalmente publicado no Dicionário de História dos Descobrimentos Portugueses, dir. Luís de Albuquerque, e reproduzido por cortesia do Círculo de Leitores
Artigo originalmente publicado no Dicionário de História dos Descobrimentos Portugueses, dir. Luís de Albuquerque, e reproduzido por cortesia do Círculo de Leitores