Data de publicação
2009
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Se supusermos um plano perpendicular ao eixo de rotação da Terra (suposta uma esfera perfeita), ele intercepta esta e a esfera celeste aparente, segundo um círculo máximo que se denomina «equador terrestre», ou celeste, segundo o caso. O nome «equador» pretende-se advir do facto de em lugares sob ele situados serem os dias sempre iguais às noites. A explicação parece-nos pouco convincente, porque a designação é anterior ao reconhecimento dessa particularidade. Nos tempos antigos supunha-se que a vida sob o equador era impossível (e não só sob o equador, mas na zona tórrida), em virtude do excessivo calor que aí se fazia sentir. Os navegadores portugueses vieram a verificar experimentalmente, por volta de 1470, que tal ideia não tinha fundamento, mas, apesar disso, ainda no início do século XVI se imprimia em Portugal o Tratado da Esfera de Sacrobosco, que, segundo o esquema de Pompónio Mela, Dava a zona equatorial como inabitável, ao mesmo tempo que inseria na lista de latitudes a ilha de S. Tomé, praticamente situada sob a linha equatorial.

Artigo originalmente publicado no Dicionário de História dos Descobrimentos Portugueses, dir. Luís de Albuquerque, e reproduzido por cortesia do Círculo de Leitores