Data de publicação
2009
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Diogo da Silveira foi o primeiro fidalgo da Casa Real capitão-mor da Armada da Índia por três vezes, tendo-se destacado por seus feitos militares.
Provavelmente nascido no início do século XVI, era aparentado com alguns nobres de grande importância no Reino, como o barão do Alvito e o conde de Sortelha. Apesar destas honrosas ligações familiares, Diogo da Silveira era filho segundo de um filho terceiro. Este estatuto levou-o, como a muitos dos secundogénitos do seu tempo, a procurar atingir riqueza e honra através da participação na expansão portuguesa.
Como a maior parte da nobreza portuguesa do seu tempo fez a sua aprendizagem militar no Norte de África, tendo participado em 1517 na tentativa falhada da conquista de Tetuão, onde foi ferido sem gravidade.
Em 1523 foi nomeado capitão-mor da Armada da Índia. Esta nomeação resultou da sua proximidade a D.João III e das suas ligações familiares a nobres dos quais o monarca se havia cercado e que se tinham oposto à política imperial de D.Manuel I.
A sua chegada à Índia deu-se em 1524. Nesta sua primeira estadia, Diogo da Silveira interagiu num ambiente de quase guerra civil entre os Portugueses.
Com a morte do governador D.Henrique de Meneses, em Janeiro de 1526, foi aberta a carta de sucessão que nomeou Pêro de Mascarenhas. Devido a este se encontrar em Malaca e à guerra que grassava no Malabar que requeria uma resposta imediata foi aberta outra carta de sucessão que nomeava Lopo Vaz de Sampaio. Este deveria ocupar o cargo temporariamente, mas após o regresso de Pêro de Mascarenhas recusou-se a passar o cargo, iniciando-se assim um período de confronto entre os apoiantes de ambos. Diogo da Silveira apoiou Pêro de Mascarenhas, participando em ataques ao poder de Lopo Vaz de Sampaio. Regressou ao Reino em 1527.
Diogo da Silveira foi novamente nomeado capitão-mor em 1529, transportando para a Índia uma ordem régia de prisão de Lopo Vaz de Sampaio. Apesar de ter partido do Reino no ano anterior, foi também em 1529 que Nuno da Cunha, cunhado do biografado, chegou ao subcontinente para exercer as funções de governador. Neste âmbito Diogo da Silveira foi nomeado capitão-mor da costa do Cananor. Também foi enviado para conduzir as negociações de paz com o Samorim de Calecut que acabaram por falhar, levando o governador a desencadear uma série de ofensivas militares. Inicou-se uma acção conjunta destes dois homens em que Diogo da Silveira atacava os inimigos dos portugueses obrigando-os a fazer a paz com Nuno da Cunha, desta política resultou a destruição da cidade de Mangalor em 1530. Silveira também se destacou pela sua valentia nos ataques comandados pelo próprio governador como o ataque falhado a Diu em 1531 e a destruição de Baçaim em 1532.
Ocupou, também, temporariamente a capitania da fortaleza de Chaul após o ataque falhado a Diu. Em 1534, após uma expedição ao Mar Vermelho, regressou a Chaul, onde entregou os seus navios a Martim Afonso de Sousa, capitão-mor do mar da Índia, regressando ao reino em 1535.
Da sua estadia em Portugal nada se sabe, até1543 quando é novamente nomeado capitão-mor de uma Armada da Índia. Partiu com a incumbência de substituir Martim Afonso de Sousa no cargo de governador da Índia até à chegada de um novo governador vindo do reino em caso de se confirmar a notícia da incapacidade física do actual governador de ocupar o cargo. Quando Diogo da Silveira chegou à Índia o governador já se encontrava completamente restabelecido. Gorada a hipótese de ocupar o cargo de governador regressou a Portugal em 1544, não se sabendo mais nada da sua vida a partir deste momento.
Diogo da Silveira quando regressou definitivamente ao reino havia conseguido os objectivos que havia buscado no Oriente, a riqueza e a honra.
Bibliografia:
SILVÉRIO, Silvina Maria Santos Ferreira, "Diogo da Silveira. Capitão-mor da Carreira da Índia", in A Nobreza e a Expansão. Estudos biográficos, Costa, João Paulo Oliveira e (coord.), Patrimonia Historica, Cascais, 2000.
Provavelmente nascido no início do século XVI, era aparentado com alguns nobres de grande importância no Reino, como o barão do Alvito e o conde de Sortelha. Apesar destas honrosas ligações familiares, Diogo da Silveira era filho segundo de um filho terceiro. Este estatuto levou-o, como a muitos dos secundogénitos do seu tempo, a procurar atingir riqueza e honra através da participação na expansão portuguesa.
Como a maior parte da nobreza portuguesa do seu tempo fez a sua aprendizagem militar no Norte de África, tendo participado em 1517 na tentativa falhada da conquista de Tetuão, onde foi ferido sem gravidade.
Em 1523 foi nomeado capitão-mor da Armada da Índia. Esta nomeação resultou da sua proximidade a D.João III e das suas ligações familiares a nobres dos quais o monarca se havia cercado e que se tinham oposto à política imperial de D.Manuel I.
A sua chegada à Índia deu-se em 1524. Nesta sua primeira estadia, Diogo da Silveira interagiu num ambiente de quase guerra civil entre os Portugueses.
Com a morte do governador D.Henrique de Meneses, em Janeiro de 1526, foi aberta a carta de sucessão que nomeou Pêro de Mascarenhas. Devido a este se encontrar em Malaca e à guerra que grassava no Malabar que requeria uma resposta imediata foi aberta outra carta de sucessão que nomeava Lopo Vaz de Sampaio. Este deveria ocupar o cargo temporariamente, mas após o regresso de Pêro de Mascarenhas recusou-se a passar o cargo, iniciando-se assim um período de confronto entre os apoiantes de ambos. Diogo da Silveira apoiou Pêro de Mascarenhas, participando em ataques ao poder de Lopo Vaz de Sampaio. Regressou ao Reino em 1527.
Diogo da Silveira foi novamente nomeado capitão-mor em 1529, transportando para a Índia uma ordem régia de prisão de Lopo Vaz de Sampaio. Apesar de ter partido do Reino no ano anterior, foi também em 1529 que Nuno da Cunha, cunhado do biografado, chegou ao subcontinente para exercer as funções de governador. Neste âmbito Diogo da Silveira foi nomeado capitão-mor da costa do Cananor. Também foi enviado para conduzir as negociações de paz com o Samorim de Calecut que acabaram por falhar, levando o governador a desencadear uma série de ofensivas militares. Inicou-se uma acção conjunta destes dois homens em que Diogo da Silveira atacava os inimigos dos portugueses obrigando-os a fazer a paz com Nuno da Cunha, desta política resultou a destruição da cidade de Mangalor em 1530. Silveira também se destacou pela sua valentia nos ataques comandados pelo próprio governador como o ataque falhado a Diu em 1531 e a destruição de Baçaim em 1532.
Ocupou, também, temporariamente a capitania da fortaleza de Chaul após o ataque falhado a Diu. Em 1534, após uma expedição ao Mar Vermelho, regressou a Chaul, onde entregou os seus navios a Martim Afonso de Sousa, capitão-mor do mar da Índia, regressando ao reino em 1535.
Da sua estadia em Portugal nada se sabe, até1543 quando é novamente nomeado capitão-mor de uma Armada da Índia. Partiu com a incumbência de substituir Martim Afonso de Sousa no cargo de governador da Índia até à chegada de um novo governador vindo do reino em caso de se confirmar a notícia da incapacidade física do actual governador de ocupar o cargo. Quando Diogo da Silveira chegou à Índia o governador já se encontrava completamente restabelecido. Gorada a hipótese de ocupar o cargo de governador regressou a Portugal em 1544, não se sabendo mais nada da sua vida a partir deste momento.
Diogo da Silveira quando regressou definitivamente ao reino havia conseguido os objectivos que havia buscado no Oriente, a riqueza e a honra.
Bibliografia:
SILVÉRIO, Silvina Maria Santos Ferreira, "Diogo da Silveira. Capitão-mor da Carreira da Índia", in A Nobreza e a Expansão. Estudos biográficos, Costa, João Paulo Oliveira e (coord.), Patrimonia Historica, Cascais, 2000.