Data de publicação
2009
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Capitão da ilha de São Tomé entre 1517 e 1522. Filho mais velho de Fernão de Melo e de sua mulher, Violante de Carvalhal, sucedeu ao pai na capitania, por morte deste.
A sua actuação enquanto capitão donatário foi, em quase tudo, uma continuação da política do seu antecessor. Também ele privilegia, como actividade económica, o tráfico de escravos (é, aliás, de 1519 o primeiro "Regimento do trato de São Tomé") e investe pouco na agricultura; tem também relações conflituosas com o ntotela do Congo; também pratica várias ilegalidades que levam a que seja obrigado a embarcar sob prisão para Lisboa.
Mesmo nessa viagem a que foi coagido, continuou, no entanto, a acumular infracções, já que permitiu que embarcassem com ele quatro degredados que, na ilha, estavam deportados por toda a vida. Além disso, tendo-se cruzado no alto mar com um navio que se dirigia para São Tomé, fez-lhe sinal, a pretexto de querer enviar correio. Ao saber que, a bordo, seguia um tal Gil de Góis, degredado para São Tomé por "morte de certos homens", exigiu que o capitão lhe entregasse, sob ameaça, não só o homicida como um seu criado. As autoridades perdem, em seguida, o rasto dos degredados e do capitão, que quebrara irremediavelmente "sua menagem e fidalguia". Julgado à revelia, foi sentenciado pela Relação, em 19 de Dezembro de 1522, a degredo perpétuo para a ilha do Príncipe (por ser cavaleiro da Ordem de Cristo não pôde ser castigado com pena maior). Além disso, o rei manda que "perca a dita capitania [de São Tomé] para nós dela podermos fazer o que houvermos por mais nosso serviço", do que veio a resultar a incorporação da ilha, nesse mesmo ano de 1522, nos bens da coroa.
Desde 1521, data em que se iniciou o processo de João de Melo, as funções de capitão e de alcaide-mor da ilha foram desempenhadas por Gabriel Martins, na qualidade de procurador de João de Melo. Uma vez transferida a posse da capitania para a coroa, a administração foi entregue, já em 1523, a Bernardo Segura, corregedor da ilha de São Tomé desde 1516.
BIBLIOGRAFIA
Nova História da Expansão Portuguesa, vol. III, A Colonização Atlântica, coordenação de Artur Teodoro de Matos, Lisboa, Editorial Estampa, 2005. As gavetas da Torre do Tombo, introd. A. da Silva Rego, Lisboa, Centro de Estudos Históricos Ultramarinos, 1960-1977, vol. 3º, Gav. XIII-XIV.
A sua actuação enquanto capitão donatário foi, em quase tudo, uma continuação da política do seu antecessor. Também ele privilegia, como actividade económica, o tráfico de escravos (é, aliás, de 1519 o primeiro "Regimento do trato de São Tomé") e investe pouco na agricultura; tem também relações conflituosas com o ntotela do Congo; também pratica várias ilegalidades que levam a que seja obrigado a embarcar sob prisão para Lisboa.
Mesmo nessa viagem a que foi coagido, continuou, no entanto, a acumular infracções, já que permitiu que embarcassem com ele quatro degredados que, na ilha, estavam deportados por toda a vida. Além disso, tendo-se cruzado no alto mar com um navio que se dirigia para São Tomé, fez-lhe sinal, a pretexto de querer enviar correio. Ao saber que, a bordo, seguia um tal Gil de Góis, degredado para São Tomé por "morte de certos homens", exigiu que o capitão lhe entregasse, sob ameaça, não só o homicida como um seu criado. As autoridades perdem, em seguida, o rasto dos degredados e do capitão, que quebrara irremediavelmente "sua menagem e fidalguia". Julgado à revelia, foi sentenciado pela Relação, em 19 de Dezembro de 1522, a degredo perpétuo para a ilha do Príncipe (por ser cavaleiro da Ordem de Cristo não pôde ser castigado com pena maior). Além disso, o rei manda que "perca a dita capitania [de São Tomé] para nós dela podermos fazer o que houvermos por mais nosso serviço", do que veio a resultar a incorporação da ilha, nesse mesmo ano de 1522, nos bens da coroa.
Desde 1521, data em que se iniciou o processo de João de Melo, as funções de capitão e de alcaide-mor da ilha foram desempenhadas por Gabriel Martins, na qualidade de procurador de João de Melo. Uma vez transferida a posse da capitania para a coroa, a administração foi entregue, já em 1523, a Bernardo Segura, corregedor da ilha de São Tomé desde 1516.
BIBLIOGRAFIA
Nova História da Expansão Portuguesa, vol. III, A Colonização Atlântica, coordenação de Artur Teodoro de Matos, Lisboa, Editorial Estampa, 2005. As gavetas da Torre do Tombo, introd. A. da Silva Rego, Lisboa, Centro de Estudos Históricos Ultramarinos, 1960-1977, vol. 3º, Gav. XIII-XIV.