Data de publicação
2009
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Nasceu em 1463, na cidade do Funchal. Exceptuando João Gonçalves Zarco, foi o mais célebre capitão do Funchal. O início do seu mandato na ilha coincidiu com o período da sua maior prosperidade. Neto de João Gonçalves Zarco (primeiro capitão da ilha da Madeira) e filho de João Gonçalves da Câmara, distinguiu-se como chefe militar em África.
Segundogénito, foi originariamente conhecido por Simão de Noronha. Mudou o seu nome para Simão Gonçalves da Câmara, quando assumiu o governo da capitania do Funchal, coagido por uma ordem régia que visava perpetuar a linhagem dos Câmaras.Cognominado pelas antigas crónicas madeirenses como o Magnífico, devido à sua generosidade perante os mais desfavorecidos; pelos socorros prestados às praças portuguesas no Norte de África e à intrínseca opulência da sua casa, que era a segunda mais rica do país, somente ultrapassada pela de Bragança. Levou uma vida faustosa, sustentando cavaleiros e sendo mecenas de diversos artistas.
Segundo o cronista Gaspar Frutuoso, esteve nove vezes no Norte de África. A pedido de D. João II socorreu a praça de Arzila, levando consigo trezentos homens armados, que sustentou durante os seis meses que permaneceram em África. Voltou a Arzila em 1516, com setecentos homens para combater as forças do rei de Fez, auxiliando o capitão D. João Coutinho.
Foi convidado por D. João II para o casamento do príncipe D. Afonso; demonstrativo da consideração que o soberano lhe tinha. A sua entrada na cerimónia foi a mais impressionante. Manteve um relacionamento próximo com o rei, visitando-o frequentemente no continente.
Em Marrocos ajudou Diogo de Azambuja (capitão de Safim), enviando-lhe trezentos homens no curto espaço de três dias; fornecendo-lhe posteriormente mais novecentos que compunham uma esquadra de treze navios, comandada pessoalmente por Simão da Câmara. D. Manuel I reconheceu o valor do seu auxílio militar, pedindo-lhe que socorresse Castelo Real e Santa Cruz de Gué. Participou indirectamente na tomada da praça de Azamor, enviando o seu filho João Gonçalves da Câmara, com oitocentos homens distribuídos por vinte e um navios.
Enviou um presente ao Papa Leão X, em reconhecimento pela criação da diocese do Funchal. O filho do nosso capitão (D.Manuel de Noronha) foi secretário particular deste pontífice. A embaixada era composta por João de Leiria (fidalgo madeirense); Vicente Martins (cónego da Sé do Funchal) e personalidades locais da ilha da Madeira. A oferta consistia num cavalo persa e no Sacro Colégio, completamente feito de alfenim. O Papa redigiu uma carta a Simão Gonçalves da Câmara, na qual demonstrou o seu apreço pelo trabalho do seu filho.
Simão Gonçalves da Câmara tomou a decisão de partir para Castela porque D.Manuel I enviara o corregedor Diogo Taveira para averiguar irregularidades cometidas na capitania. Foi a caminho de Castela que socorreu Arzila, em 1516. A importância do auxílio foi reconhecida pelo rei, numa carta que lhe enviou quando estava em Sevilha, junto com a oferta de honras e mercês. Este reconhecimento permitiu o rápido regresso de Simão da Câmara ao governo da capitania do Funchal.
Abdicou do governo da capitania em 1528, a favor do seu filho João Gonçalves da Câmara, devido à avançada idade que contava. Retirou-se para Matosinhos (próximo da cidade do Porto), terra do seu avô, onde faleceu em 1530.
Bibliografia:
SILVA, Pedro Courelas da, «De Zarco a Simão da Câmara, o Magnífico»; in A Nobreza e a Expansão, Estudos Biográficos; coor. João Paulo Oliveira e Costa, Patrimonia Historica, Cascais, 2000; pp. 85-117.
Segundogénito, foi originariamente conhecido por Simão de Noronha. Mudou o seu nome para Simão Gonçalves da Câmara, quando assumiu o governo da capitania do Funchal, coagido por uma ordem régia que visava perpetuar a linhagem dos Câmaras.Cognominado pelas antigas crónicas madeirenses como o Magnífico, devido à sua generosidade perante os mais desfavorecidos; pelos socorros prestados às praças portuguesas no Norte de África e à intrínseca opulência da sua casa, que era a segunda mais rica do país, somente ultrapassada pela de Bragança. Levou uma vida faustosa, sustentando cavaleiros e sendo mecenas de diversos artistas.
Segundo o cronista Gaspar Frutuoso, esteve nove vezes no Norte de África. A pedido de D. João II socorreu a praça de Arzila, levando consigo trezentos homens armados, que sustentou durante os seis meses que permaneceram em África. Voltou a Arzila em 1516, com setecentos homens para combater as forças do rei de Fez, auxiliando o capitão D. João Coutinho.
Foi convidado por D. João II para o casamento do príncipe D. Afonso; demonstrativo da consideração que o soberano lhe tinha. A sua entrada na cerimónia foi a mais impressionante. Manteve um relacionamento próximo com o rei, visitando-o frequentemente no continente.
Em Marrocos ajudou Diogo de Azambuja (capitão de Safim), enviando-lhe trezentos homens no curto espaço de três dias; fornecendo-lhe posteriormente mais novecentos que compunham uma esquadra de treze navios, comandada pessoalmente por Simão da Câmara. D. Manuel I reconheceu o valor do seu auxílio militar, pedindo-lhe que socorresse Castelo Real e Santa Cruz de Gué. Participou indirectamente na tomada da praça de Azamor, enviando o seu filho João Gonçalves da Câmara, com oitocentos homens distribuídos por vinte e um navios.
Enviou um presente ao Papa Leão X, em reconhecimento pela criação da diocese do Funchal. O filho do nosso capitão (D.Manuel de Noronha) foi secretário particular deste pontífice. A embaixada era composta por João de Leiria (fidalgo madeirense); Vicente Martins (cónego da Sé do Funchal) e personalidades locais da ilha da Madeira. A oferta consistia num cavalo persa e no Sacro Colégio, completamente feito de alfenim. O Papa redigiu uma carta a Simão Gonçalves da Câmara, na qual demonstrou o seu apreço pelo trabalho do seu filho.
Simão Gonçalves da Câmara tomou a decisão de partir para Castela porque D.Manuel I enviara o corregedor Diogo Taveira para averiguar irregularidades cometidas na capitania. Foi a caminho de Castela que socorreu Arzila, em 1516. A importância do auxílio foi reconhecida pelo rei, numa carta que lhe enviou quando estava em Sevilha, junto com a oferta de honras e mercês. Este reconhecimento permitiu o rápido regresso de Simão da Câmara ao governo da capitania do Funchal.
Abdicou do governo da capitania em 1528, a favor do seu filho João Gonçalves da Câmara, devido à avançada idade que contava. Retirou-se para Matosinhos (próximo da cidade do Porto), terra do seu avô, onde faleceu em 1530.
Bibliografia:
SILVA, Pedro Courelas da, «De Zarco a Simão da Câmara, o Magnífico»; in A Nobreza e a Expansão, Estudos Biográficos; coor. João Paulo Oliveira e Costa, Patrimonia Historica, Cascais, 2000; pp. 85-117.