Data de publicação
2009
Categorias
Ilha da baía do Biafra (Golfo da Guiné), com uma área de 114 km2, hoje parte integrante da República de São Tomé e Príncipe. Com uma vegetação luxuriante, era despovoada quando foi descoberta pelos portugueses, em data que as fontes não permitem localizar com precisão. Começou por ser designada ilha de Santo António (ou Santo Antão), de onde se tem deduzido que teria sido visitada pela primeira vez em 17 de Janeiro, dia da festa litúrgica deste santo. Tradicionalmente, indica-se 1472 como o ano da descoberta (data aceite por Fontoura da Costa) mas outros historiadores, como Luís de Albuquerque, propõem datas um pouco mais tardias (ver São Tomé, ilha de). Dificilmente, porém, se poderá avançar para uma data posterior a 1481, ano em que o "príncipe" homenageado com o topónimo passou a rei com o nome de D. João II.
Constituída em capitania, a ilha foi doada em 7 de Abril de 1500, pelo rei de Portugal, a António Carneiro, genro de Pero de Alcáçova, que fora secretário de D. Afonso V e de D. João II, e, ele próprio, secretário de D. Manuel I, depois de 1504. A capitania pertenceu aos descendentes de António Carneiro (condes da ilha do Príncipe desde 1640) até 1753, data em que foi incorporada nos bens da coroa. Os capitães-donatários nunca residiram na ilha, delegando as competências de governo e de defesa, bem como a administração das suas propriedades particulares, num capitão-mor, que tinham o direito de propor para nomeação régia.
No mesmo ano em que procedeu à incorporação da ilha nos bens da coroa, o marquês de Pombal elevou a povoação de Santo António, capital da ilha do Príncipe, ao estatuto de cidade e transferiu para aí a capital do arquipélago, onde ficará até 1852. Essa transferência, baseada em argumentos de saúde pública pouco sustentáveis, provocou grande resistência na ilha de São Tomé.
Do ponto de vista económico, embora também produzisse açúcar durante os séculos XVI e XVII, a ilha tornou-se sobretudo, até ao início do século XIX, um entreposto no tráfico de escravos e base de apoio aos navios de comércio, de várias nacionalidades, que circulavam entre a África e a América. Foi por diversas vezes alvo de ataques corsários, tendo sido ocupada, durante curtos períodos, pelos holandeses, em 1598, e pelos franceses, em 1706 e 1799.
Bibliografia:
SÁ-NOGUEIRA, Isabel e Bernardo de, "A ilha do Príncipe no 1º quartel do século XVI: administração e comércio", in Congresso Internacional Bartolomeu Dias e a sua época: actas, Porto, Universidade /CNCDP, 1989, vol. III, pp. 81-103. SERAFIM, Cristina Maria Seuanes, As ilhas de São Tomé no século XVII, Lisboa, Centro de História de Além-Mar, 2000. SOUSA, Filomena Coelho de, A voz dos poderes: gestão da ordem na ilha do Príncipe, 1753-1778, Lisboa, policopiado, 2002 [dissertação de Mestrado em História dos Descobrimentos e da Expansão Portuguesa apresentada à Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa]. TOMÁS, Lúcia M. L., As ilhas de S. Tomé na primeira metade do século XVIII, Lisboa, policopiado, 2001 [dissertação de Mestrado em História dos Descobrimentos e da Expansão Portuguesa apresentada à Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, Universidade Nova de Lisboa].
Constituída em capitania, a ilha foi doada em 7 de Abril de 1500, pelo rei de Portugal, a António Carneiro, genro de Pero de Alcáçova, que fora secretário de D. Afonso V e de D. João II, e, ele próprio, secretário de D. Manuel I, depois de 1504. A capitania pertenceu aos descendentes de António Carneiro (condes da ilha do Príncipe desde 1640) até 1753, data em que foi incorporada nos bens da coroa. Os capitães-donatários nunca residiram na ilha, delegando as competências de governo e de defesa, bem como a administração das suas propriedades particulares, num capitão-mor, que tinham o direito de propor para nomeação régia.
No mesmo ano em que procedeu à incorporação da ilha nos bens da coroa, o marquês de Pombal elevou a povoação de Santo António, capital da ilha do Príncipe, ao estatuto de cidade e transferiu para aí a capital do arquipélago, onde ficará até 1852. Essa transferência, baseada em argumentos de saúde pública pouco sustentáveis, provocou grande resistência na ilha de São Tomé.
Do ponto de vista económico, embora também produzisse açúcar durante os séculos XVI e XVII, a ilha tornou-se sobretudo, até ao início do século XIX, um entreposto no tráfico de escravos e base de apoio aos navios de comércio, de várias nacionalidades, que circulavam entre a África e a América. Foi por diversas vezes alvo de ataques corsários, tendo sido ocupada, durante curtos períodos, pelos holandeses, em 1598, e pelos franceses, em 1706 e 1799.
Bibliografia:
SÁ-NOGUEIRA, Isabel e Bernardo de, "A ilha do Príncipe no 1º quartel do século XVI: administração e comércio", in Congresso Internacional Bartolomeu Dias e a sua época: actas, Porto, Universidade /CNCDP, 1989, vol. III, pp. 81-103. SERAFIM, Cristina Maria Seuanes, As ilhas de São Tomé no século XVII, Lisboa, Centro de História de Além-Mar, 2000. SOUSA, Filomena Coelho de, A voz dos poderes: gestão da ordem na ilha do Príncipe, 1753-1778, Lisboa, policopiado, 2002 [dissertação de Mestrado em História dos Descobrimentos e da Expansão Portuguesa apresentada à Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa]. TOMÁS, Lúcia M. L., As ilhas de S. Tomé na primeira metade do século XVIII, Lisboa, policopiado, 2001 [dissertação de Mestrado em História dos Descobrimentos e da Expansão Portuguesa apresentada à Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, Universidade Nova de Lisboa].