Data de publicação
2009
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Era escudeiro do infante D. Henrique. Em 1415, participou na conquista de Ceuta. Neste ano, ou entre 1418 e 1419, no descerro que Ceuta, foi armado cavaleiro pelo Infante. Após o socorro a Ceuta, Tristão Vaz integrou a armada do Algarve onde se cruzou com João Gonçalves Zarco. Juntos pediram autorização ao Infante para participarem numa expedição marítima à costa africana. Nesta viagem acabaram por ser desviados para a ilha de Porto Santo que assim baptizaram por terem aportado no dia de Todos os Santos do ano de 1419. Os dois navegadores seriam responsáveis pela colonização da ilha. No ano seguinte, realizaram uma segunda visita a Porto Santo, levando também Bartolomeu Perestrelo, onde permaneceram cerca de um ano. Mais tarde, Perestrelo regressou ao Reino, enquanto Tristão Vaz e Zarco seguiram para a ilha da Madeira, iniciando o seu reconhecimento e, em 1425, o seu povoamento. Tristão Vaz ocupou a zona oriental-setentrional do território, sendo por isso agraciado em 11 de Maio de 1440 com a capitania de Machico, confirmando-se assim um cargo que já exercia. Os reis D. Afonso V, D. João II e D. Manuel I confirmaram a doação. Em 1437, Tristão Vaz participou na tentativa falhada da conquista de Tânger, tendo-se empenhado na sua preparação, assim como João Gonçalves Zarco embora este tenha permanecido na Madeira enquanto Tristão Vaz partiu para o Norte de África. Em 1445, partiu para a costa ocidental africana a maior expedição realizada até então, sendo composta por 26 caravelas e uma fusta, algumas das quais da Madeira. Tristão Vaz armou e comandou uma dessas embarcações e viajou até às ilhas Gomeira e Palma, nas Canárias, não tendo prosseguido viagem até à ilha de Arguim e cabo de Resgate. Em 1447, voltou a armar e capitanear uma caravela possivelmente com destino às Canárias ou à orla costeira da África Ocidental. Por volta de 1420, casou no Continente com Branca Teixeira de quem teve inúmero filhos que deram origens a várias famílias madeirendes. Como a família da sua mulher era de estatuto social mais elevado, passou a usar o seu apelido. Depois de ter cometido atrocidades contra um fidalgo degredado que mantivera uma relação ilícita com uma das suas filhas, foi-lhe retirada a capitania. A 17 de Fevereiro de 1452, D. Afonso V perdoo-lhe as ofensas e autorizou-o a regressar a Machico que governou por mais algum tempo. Porém, por ter alguns negócios no Algarve mudou-se para Silves onde faleceu, provavelmente nos anos 80 do século XV.
Bibliografia:
SANTANA, Célia, "Tristão Vaz Teixeira" in A Nobreza e a Expansão. Estudos biográficos, João Paulo Oliveira e Costa (coord.), Cascais, Patrimonia, 2000, pp. 55-72.
Bibliografia:
SANTANA, Célia, "Tristão Vaz Teixeira" in A Nobreza e a Expansão. Estudos biográficos, João Paulo Oliveira e Costa (coord.), Cascais, Patrimonia, 2000, pp. 55-72.