Data de publicação
2009
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Foi fidalgo da casa real. Participou em três viagens consecutivas ao Índico. As fontes escritas versam sobre as suas viagens marítimas, sendo a informação referente à sua vida no reino escassa. Inaugurou um novo ramo na história da sua família, ao ser-lhe atribuído um brasão de armas próprio, pelos seus feitos na descoberta do caminho marítimo para a Índia.
Filho de Pedro Coelho e de D. Luísa de Góis, casou com Brites Rodrigues de Ataíde, união da qual resultaram três filhos. Iniciou a sua participação no processo de expansão em 1497, aquando da expedição liderada por Vasco da Gama.
Permanecem desconhecidos os motivos conducentes à sua nomeação como comanadante da nau Bérrio. O cronista Gaspar Correia refere a proximidade existente entre o nosso capitão e o capitão-mor da armada. Poderá também dever-se à fidelidade que Nicolau Coelho tinha perante o rei D. Manuel I, argumento que não é despiciendo devido à intrínseca lógica de corte subjacente às relações e dinâmicas sociais características de uma sociedade de Antigo Regime.
No início da viagem e em razão do medo sentido pela sua tripulação, esboçou-se um movimento de revolta a bordo, que Nicolau Coelho conseguiu apaziguar. O capitão teve ainda um papel de destaque na exploração da costa africana, entrando amiúde em contacto com as populações indígenas.
Na costa de Moçambique, foi o primeiro capitão a estabelecer contacto com o sultão de Quiloa. Trocaram presentes entre si, tendo Nicolau Coelho percebido que os portugueses foram recebidos na ignorância da sua religião. Os nativos acabaram por perceber que estavam equivocados, levando à rápida partida de Vasco da Gama e da sua armada. Já na Índia, Nicolau Coelho distinguiu-se como primeiro representante da armada. O Samorim de Calecut ficou impressionado com a sua cortesia, a ponto de estabelecer com ele um tratado comercial.
Na viagem de retorno, Nicolau Coelho separou-se de Vasco da Gama aquando da sua chegada a Cabo Verde, chegando ao reino dois meses antes do capitão-mor. Integrou a armada que D.Manuel I enviou à Índia em 1500, comandada por Pedro Alváres de Cabral. A precedente experiência de Nicolau Coelho ao contactar com as populações indígenas foi uma mais-valia na sua segunda viagem consecutiva ao Índico. Após um mês e meio de viagem, a armada chegou àquele que viria a ser o território brasileiro. Contactou com os nativos locais, com quem trocou presentes. Teve também como tarefa trazer a bordo dois índios e um degredado português que fora incumbido de investigar or espectivo estilos de vida.
O rei de Melinde alegrou-se ao rever Nicolau Coelho, de quem recebeu cartas e presentes enviados por D. Manuel I e Vasco da Gama. Em Setembro de 1500, a armada chegou a Calicut. Nicolau Coelho participou em acções militares: nos bombardeamentos que o capitão-mor efectuou como retaliação ao ataque à feitoria lusa e ao massacre da respectiva guarnição. Regressaram juntos a Lisboa.
Ficou um ano no reino, sendo novamente destacado, em 1503, para comandar uma nau rumo à Índia, integrada na armada comandada por Francisco de Albuquerque. Nessa ocasião, houve confrontos em Cochim com as forças rivais de Calicut, nos quais Nicolau Coelho se destacou. Partiu com destino a Portugal em Janeiro de 1504, tendo provavelmente naufragado no seu decurso, pois nunca mais nada se soube a seu respeito.
Bibliografia:
RAMOS, Sónia Marisa Rodrigues, «Nicolau Coelho: um capitão e "diplomata" ao serviço da Coroa Portuguesa nos primeiros contactos com o Índico», in Descobridroes do Brasil. Exploradores do Atlântico e Construtores do Estado da Índia, Lisboa, Sociedade Histórica da Independência de Portugal, 2000, pp. 57-73.
Filho de Pedro Coelho e de D. Luísa de Góis, casou com Brites Rodrigues de Ataíde, união da qual resultaram três filhos. Iniciou a sua participação no processo de expansão em 1497, aquando da expedição liderada por Vasco da Gama.
Permanecem desconhecidos os motivos conducentes à sua nomeação como comanadante da nau Bérrio. O cronista Gaspar Correia refere a proximidade existente entre o nosso capitão e o capitão-mor da armada. Poderá também dever-se à fidelidade que Nicolau Coelho tinha perante o rei D. Manuel I, argumento que não é despiciendo devido à intrínseca lógica de corte subjacente às relações e dinâmicas sociais características de uma sociedade de Antigo Regime.
No início da viagem e em razão do medo sentido pela sua tripulação, esboçou-se um movimento de revolta a bordo, que Nicolau Coelho conseguiu apaziguar. O capitão teve ainda um papel de destaque na exploração da costa africana, entrando amiúde em contacto com as populações indígenas.
Na costa de Moçambique, foi o primeiro capitão a estabelecer contacto com o sultão de Quiloa. Trocaram presentes entre si, tendo Nicolau Coelho percebido que os portugueses foram recebidos na ignorância da sua religião. Os nativos acabaram por perceber que estavam equivocados, levando à rápida partida de Vasco da Gama e da sua armada. Já na Índia, Nicolau Coelho distinguiu-se como primeiro representante da armada. O Samorim de Calecut ficou impressionado com a sua cortesia, a ponto de estabelecer com ele um tratado comercial.
Na viagem de retorno, Nicolau Coelho separou-se de Vasco da Gama aquando da sua chegada a Cabo Verde, chegando ao reino dois meses antes do capitão-mor. Integrou a armada que D.Manuel I enviou à Índia em 1500, comandada por Pedro Alváres de Cabral. A precedente experiência de Nicolau Coelho ao contactar com as populações indígenas foi uma mais-valia na sua segunda viagem consecutiva ao Índico. Após um mês e meio de viagem, a armada chegou àquele que viria a ser o território brasileiro. Contactou com os nativos locais, com quem trocou presentes. Teve também como tarefa trazer a bordo dois índios e um degredado português que fora incumbido de investigar or espectivo estilos de vida.
O rei de Melinde alegrou-se ao rever Nicolau Coelho, de quem recebeu cartas e presentes enviados por D. Manuel I e Vasco da Gama. Em Setembro de 1500, a armada chegou a Calicut. Nicolau Coelho participou em acções militares: nos bombardeamentos que o capitão-mor efectuou como retaliação ao ataque à feitoria lusa e ao massacre da respectiva guarnição. Regressaram juntos a Lisboa.
Ficou um ano no reino, sendo novamente destacado, em 1503, para comandar uma nau rumo à Índia, integrada na armada comandada por Francisco de Albuquerque. Nessa ocasião, houve confrontos em Cochim com as forças rivais de Calicut, nos quais Nicolau Coelho se destacou. Partiu com destino a Portugal em Janeiro de 1504, tendo provavelmente naufragado no seu decurso, pois nunca mais nada se soube a seu respeito.
Bibliografia:
RAMOS, Sónia Marisa Rodrigues, «Nicolau Coelho: um capitão e "diplomata" ao serviço da Coroa Portuguesa nos primeiros contactos com o Índico», in Descobridroes do Brasil. Exploradores do Atlântico e Construtores do Estado da Índia, Lisboa, Sociedade Histórica da Independência de Portugal, 2000, pp. 57-73.