Data de publicação
2009
Categorias
Instrumento astronómico para medira a altura de uma astro (incluindo o Sol) ou a distância regular entre dois astros. Embora alguns autores situem a origem da balestilha na Antiguidade, ela deve ser antes uma adaptação, que data, provavelmente do início do século XVI, de um outro instrumento medieval designado «báculo de Jacob» ou «virga visoris»; este foi descrito pela primeira vez por David ben Gerson (século XVI) e era utilizado em operações de topografia e agrimensura (cálculo da largura de um rio, da altura de uma torre, etc). Com as alterações introduzidas, que se concretizaram na mudança do sistema de graduação, o báculo transformou-se na balestilha, que foi bastante usada pelos pilotos dos séculos XVI e XVII. Compunha-se de duas peças, denominadas «virote» e «soalha». O virote, mais longo e convenientemente graduado, encaixava-se na soalha, podendo esta «correr» ao longo dele. O instrumento media a altura de um astro quando a linha de pontaria dirigida do extremo do virote para uma das bases da soalha se dirigia para o horizonte e a linha dirigida a outra base da soalha passava pelo astro. Para se conseguir este resultado, era necessário escolher a posição conveniente da peça móvel, deslocando-a ao longo da outra. Acrescentarei que para visar o horizonte durante a noite os marinheiros recorreram a um expediente engenhoso: mandavam colocar a alguns passos do lugar de observação um suporte de madeira com uma luz situada à altura dos olhos do observador: a pontaria à luz correspondia à pontaria para o horizonte.

Bibliografia:
ALBUQUERQUE, Luís de , Ciência e Experiência nos Descobrimentos Portugueses, Lisboa, 1983.

Artigo originalmente publicado no Dicionário de História dos Descobrimentos Portugueses, dir. Luís de Albuquerque, e reproduzido por cortesia do Círculo de Leitores