Data de publicação
2009
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Designa-se «distância zenital de um astro» a coordenada celeste medida pelo arco de círculo máximo que contém o zénite do observador e o astro entre estes dois pontos. A distância zenital é, assim, o complemento do arco, definido naquele mesmo círculo máximo, pelo ponto em que este corta o horizonte do lugar de observação e pelo astro, ou seja, pela altura (astronómica) deste. Embora na náutica se tivessem de início observado apenas alturas, verificou-se depois que nos cálculos para a determinação das latitudes a partir do regimento do Sol intervinham os complementos das alturas, ou seja, as distâncias zenitais meridianas, o que teve duas consequências: a) A alteração dos textos regimentais, que passaram, em muitos casos, a referir esta última coordenada, ou, como então se dizia, «o que há de mim ao Sol»; b) E a alteração da escala do astrolábio náutico, que passou a ter o seu zero junto do anel de suspensão, a fim de fornecer distâncias zenitais por leitura directa. Esta última particularidade parece só ter sido posta em prática em Portugal.
Artigo originalmente publicado no Dicionário de História dos Descobrimentos Portugueses, dir. Luís de Albuquerque, e reproduzido por cortesia do Círculo de Leitores.
Artigo originalmente publicado no Dicionário de História dos Descobrimentos Portugueses, dir. Luís de Albuquerque, e reproduzido por cortesia do Círculo de Leitores.