Data de publicação
2009
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No século XV, era uma vila portuária da costa algarvia que ficou intimamente ligada aos descobrimentos henriquinos, mercê do seu bom porto de mar, situado num dos extremos de uma ampla baía.
Foi precisamente aí que, em 1415, se reuniu a poderosa armada que D. João I organizou para atacar Ceuta. As boas condições dessa região para o apoio à navegação não terão passado despercebidas aos membros da esquadra, e D. Henrique terá ganho maior consciência dessa importância desde que assumiu a função de governador de Ceuta, que implicava gerir o apoio logístico à cidade africana, a partir do Reino.
Em 1434 esta vila assistiu à partida e chegada da barca comandada por Gil Eanes, que ultrapassou pela primeira vez o cabo Bojador, dando início, assim, às Descobertas. Lagos continuou a ser a base das operações navais dos homens da Casa de D. Henrique, e Zurara regista a primeira grande venda de escravos que teve lugar aí, em Agosto de 1444, na presença do Infante. A documentação mostra-nos que várias figuras proeminentes da vila participaram activamente nas viagens de exploração da costa africana, fosse ao serviço de D. Henrique, fosse por sua própria iniciativa.
A partir do século XVI foi-se desenvolvendo o mito em torno de Sagres como o local onde D. Henrique residira demoradamente e desde muito cedo, o que acabou por levar ao nascimento da expressão "escola de Sagres". A documentação mostra, contudo, que a área do cabo de S. Vicente e de Sagres era um ermo, sem nenhuma edificação até 1443, quando a Coroa cedeu essas terras ao infante D. Henrique e este começou a construir aí a sua vila. Por isso, o primeiro centro de apoio às viagens dos Descobrimentos foi, sem dúvida, a vila de Lagos, eventualmente com o apoio de Lisboa e da sua universidade que era, então, regida também pelo infante D. Henrique. Foi, assim, em Lagos que se formou uma primeira escola de navegadores experimentados na exploração do desconhecido e foi nesse porto que se assistiu ao aparecimento de um novo navio, mais apto para as Descobertas, como foi a caravela.
Em 1453, D. Afonso V doou Lagos a D. Henrique a título vitalício. D. Henrique faleceu a 13 de Setembro, na sua vila, localizada na actual Sagres, e o seu corpo foi trasladado para Lagos, tendo sido sepultado numa das suas Igrejas, de onde a sua ossada foi depois levada para o seu túmulo no mosteiro da Batalha. Em 1463, a feitoria de Arguim, que estava sedeada em Lagos foi transferida para Lisboa. D. Afonso V assumira o controlo directo da exploração e comércio da costa ocidental africana desde a morte D. Henrique; a passagem da feitoria que controlava o trato da Guiné foi o último acto do processo de subordinação dos Descobrimentos ao poder central. A partir daí Lagos passou a desempenhar um papel menor no contexto da Expansão Portuguesa.
Foi precisamente aí que, em 1415, se reuniu a poderosa armada que D. João I organizou para atacar Ceuta. As boas condições dessa região para o apoio à navegação não terão passado despercebidas aos membros da esquadra, e D. Henrique terá ganho maior consciência dessa importância desde que assumiu a função de governador de Ceuta, que implicava gerir o apoio logístico à cidade africana, a partir do Reino.
Em 1434 esta vila assistiu à partida e chegada da barca comandada por Gil Eanes, que ultrapassou pela primeira vez o cabo Bojador, dando início, assim, às Descobertas. Lagos continuou a ser a base das operações navais dos homens da Casa de D. Henrique, e Zurara regista a primeira grande venda de escravos que teve lugar aí, em Agosto de 1444, na presença do Infante. A documentação mostra-nos que várias figuras proeminentes da vila participaram activamente nas viagens de exploração da costa africana, fosse ao serviço de D. Henrique, fosse por sua própria iniciativa.
A partir do século XVI foi-se desenvolvendo o mito em torno de Sagres como o local onde D. Henrique residira demoradamente e desde muito cedo, o que acabou por levar ao nascimento da expressão "escola de Sagres". A documentação mostra, contudo, que a área do cabo de S. Vicente e de Sagres era um ermo, sem nenhuma edificação até 1443, quando a Coroa cedeu essas terras ao infante D. Henrique e este começou a construir aí a sua vila. Por isso, o primeiro centro de apoio às viagens dos Descobrimentos foi, sem dúvida, a vila de Lagos, eventualmente com o apoio de Lisboa e da sua universidade que era, então, regida também pelo infante D. Henrique. Foi, assim, em Lagos que se formou uma primeira escola de navegadores experimentados na exploração do desconhecido e foi nesse porto que se assistiu ao aparecimento de um novo navio, mais apto para as Descobertas, como foi a caravela.
Em 1453, D. Afonso V doou Lagos a D. Henrique a título vitalício. D. Henrique faleceu a 13 de Setembro, na sua vila, localizada na actual Sagres, e o seu corpo foi trasladado para Lagos, tendo sido sepultado numa das suas Igrejas, de onde a sua ossada foi depois levada para o seu túmulo no mosteiro da Batalha. Em 1463, a feitoria de Arguim, que estava sedeada em Lagos foi transferida para Lisboa. D. Afonso V assumira o controlo directo da exploração e comércio da costa ocidental africana desde a morte D. Henrique; a passagem da feitoria que controlava o trato da Guiné foi o último acto do processo de subordinação dos Descobrimentos ao poder central. A partir daí Lagos passou a desempenhar um papel menor no contexto da Expansão Portuguesa.