Data de publicação
2009
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1º conde de Sandwich e embaixador em Lisboa e Madrid.
Nasceu em 1625, sendo sobrinho do conde de Manchester e o único filho sobrevivente de Sir Sidney Montagu, realista e membro do "Longo Parlamento", no contexto da guerra civil britânica. Casou-se en 1642 com Jemimah, filha mais velha do conde de Crew.
Participou nos confrontos que opuseram realistas e parlamentares como apoiante dos últimos, nomeadamente nas famosas batalhas de Marston Moor, Naseby e Bristol. Já após o fim da guerra civil e da instauração da República Parlamentar Inglesa, Montagu foi nomeado, em 1653, para o Conselho de Estado, sendo um ano mais tarde apontado como um dos comissários do Tesouro.
Depois da celebração do Tratado de Westminster de 1654, e perante a hesitação da Coroa portuguesa, Montagu e Blake foram enviados a Lisboa para pressionarem a corte portuguesa a ratificar o acordo, o que acabou por acontecer em Junho de 1656. Nesse mesmo ano, aqueles oficiais britânicos passaram a comandar, como almirantes, a marinha britânica. Um ano depois foi designado para a Câmara dos Lordes de Oliver Cromwell. À proeminência da sua posição não terá sido alheia a proximidade que possuía com Cromwell, tendo sido, por exemplo, uma das vozes que o instigou a assumir o título de rei britânico, o que este veio a recusar.
Após a morte de Cromwell em 1658, Montagu manteve-se fiél ao protectorado, tendo alguns atritos durante o período que mediou a deposição daquele e a restauração da monarquia. Sendo na altura comandante da marinha britânica, foi um dos principais impulsionadores do regresso de Carlos II ao trono, indo buscá-lo às Províncias Unidas. Pelos serviços prestado, foi-lhe atribuída em 1660 a Ordem da Jarreteira e o título de conde de Hinchingbrooke, juntamente com o de conde de Sandwich. Posteriormente, entre outros cargos, foi tenente-almirante do duque de York.
Em 1661 foi designado como embaixador extraordinário de Lisboa, cargo que desempenhou por um ano. Os objectivos da sua embaixada incidiram sobre os preparativos da entrega de Tânger e, posteriormente, por receber o dote de casamento (dois milhões de cruzados) respeitante ao enlace entre a infanta D. Catarina e Carlos II e escoltar aquela para o reino britânico. No caso da praça africana, a sua entrega foi pacífica (apesar do incitamento espanhol para que os mouros atacassem a praça), decorrendo sem grandes tumultos em Janeiro de 1662. Em Lisboa, a sua missão foi mais complicada, pois os portugueses não conseguiram recolher a primeira metade do dote, que devia ser entregue na partida da nova rainha britânica. O embaixador deparou-se com uma conjuntura delicada, dado que tinha sido estipulado que caso algum dos artigos não fosse consumado antes do embarque da Rainha o tratado seria cancelado. No entanto, para além da praça de Tânger já estar ocupada e Montagu não ter poderes para a restituir, os Britânicos não tinham qualquer interesse em cancelar o acordo, tanto pelo avultado dote como pelas vantagens que o tratado lhes dava. Perante isto e pelos os rogos da rainha regente, D. Luísa de Gusmão, e da infanta D. Catarina, aceitou o dinheiro disponível (cerca de 700 mil cruzados juntamente com mercadorias e jóias) e partiu para o reino britânico a 23 de Abril, onde o enlace se realizou cerca de um mês depois.
Regressado ao reino, participou, como contra-almirante em 1665, nas lutas navais travadas contra as Províncias Unidas, no contexto da segunda guerra anglo-neerlandesa ocorrida entre 1665-67. Naquele ano de 1665 seria ainda designado como comandante-chefe da marinha britânica, após a resignação do duque de York.
Em Outubro do ano seguinte, após ter abandonado o seu cargo na marinha, foi enviado a Madrid, onde permaneceu até 1668. A sua missão consistia em corrigir e emendar alguns pontos estabelecidos no último acordo com a monarquia hispânica e mediar o processo de paz entre esta e o Reino português, que seria alcançado em 1668.
Com a eclosão da terceira guerra anglo-neerlandesa, entre 1672-74, ocupou o cargo de segundo comandante da armada britânica, liderado pelo duque de York,vindo a morrer em batalha em Junho de 1672. Foi enterrado na capela de Henrique VII na Abadia de Westminster.
Bibliografia:
AZEVEDO, Carlos de "Um retrato português em Inglaterra", Sep. Revista da Faculdade de Letras, tomo XXII, 2ª série, nº1, Lisboa, Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, 1956. PRESTAGE, Edgar, As Relações Diplomáticas de Portugal com a França, Inglaterra e Holanda de 1640 a 1668, Coimbra, Impr. da Universidade, 1928. STEPHEN, Leslie, LEE, Sidney (eds.), The Dictionary of National Biography, vol. XIII, Oxford, University Press, 1998, pp. 679-684.
Nasceu em 1625, sendo sobrinho do conde de Manchester e o único filho sobrevivente de Sir Sidney Montagu, realista e membro do "Longo Parlamento", no contexto da guerra civil britânica. Casou-se en 1642 com Jemimah, filha mais velha do conde de Crew.
Participou nos confrontos que opuseram realistas e parlamentares como apoiante dos últimos, nomeadamente nas famosas batalhas de Marston Moor, Naseby e Bristol. Já após o fim da guerra civil e da instauração da República Parlamentar Inglesa, Montagu foi nomeado, em 1653, para o Conselho de Estado, sendo um ano mais tarde apontado como um dos comissários do Tesouro.
Depois da celebração do Tratado de Westminster de 1654, e perante a hesitação da Coroa portuguesa, Montagu e Blake foram enviados a Lisboa para pressionarem a corte portuguesa a ratificar o acordo, o que acabou por acontecer em Junho de 1656. Nesse mesmo ano, aqueles oficiais britânicos passaram a comandar, como almirantes, a marinha britânica. Um ano depois foi designado para a Câmara dos Lordes de Oliver Cromwell. À proeminência da sua posição não terá sido alheia a proximidade que possuía com Cromwell, tendo sido, por exemplo, uma das vozes que o instigou a assumir o título de rei britânico, o que este veio a recusar.
Após a morte de Cromwell em 1658, Montagu manteve-se fiél ao protectorado, tendo alguns atritos durante o período que mediou a deposição daquele e a restauração da monarquia. Sendo na altura comandante da marinha britânica, foi um dos principais impulsionadores do regresso de Carlos II ao trono, indo buscá-lo às Províncias Unidas. Pelos serviços prestado, foi-lhe atribuída em 1660 a Ordem da Jarreteira e o título de conde de Hinchingbrooke, juntamente com o de conde de Sandwich. Posteriormente, entre outros cargos, foi tenente-almirante do duque de York.
Em 1661 foi designado como embaixador extraordinário de Lisboa, cargo que desempenhou por um ano. Os objectivos da sua embaixada incidiram sobre os preparativos da entrega de Tânger e, posteriormente, por receber o dote de casamento (dois milhões de cruzados) respeitante ao enlace entre a infanta D. Catarina e Carlos II e escoltar aquela para o reino britânico. No caso da praça africana, a sua entrega foi pacífica (apesar do incitamento espanhol para que os mouros atacassem a praça), decorrendo sem grandes tumultos em Janeiro de 1662. Em Lisboa, a sua missão foi mais complicada, pois os portugueses não conseguiram recolher a primeira metade do dote, que devia ser entregue na partida da nova rainha britânica. O embaixador deparou-se com uma conjuntura delicada, dado que tinha sido estipulado que caso algum dos artigos não fosse consumado antes do embarque da Rainha o tratado seria cancelado. No entanto, para além da praça de Tânger já estar ocupada e Montagu não ter poderes para a restituir, os Britânicos não tinham qualquer interesse em cancelar o acordo, tanto pelo avultado dote como pelas vantagens que o tratado lhes dava. Perante isto e pelos os rogos da rainha regente, D. Luísa de Gusmão, e da infanta D. Catarina, aceitou o dinheiro disponível (cerca de 700 mil cruzados juntamente com mercadorias e jóias) e partiu para o reino britânico a 23 de Abril, onde o enlace se realizou cerca de um mês depois.
Regressado ao reino, participou, como contra-almirante em 1665, nas lutas navais travadas contra as Províncias Unidas, no contexto da segunda guerra anglo-neerlandesa ocorrida entre 1665-67. Naquele ano de 1665 seria ainda designado como comandante-chefe da marinha britânica, após a resignação do duque de York.
Em Outubro do ano seguinte, após ter abandonado o seu cargo na marinha, foi enviado a Madrid, onde permaneceu até 1668. A sua missão consistia em corrigir e emendar alguns pontos estabelecidos no último acordo com a monarquia hispânica e mediar o processo de paz entre esta e o Reino português, que seria alcançado em 1668.
Com a eclosão da terceira guerra anglo-neerlandesa, entre 1672-74, ocupou o cargo de segundo comandante da armada britânica, liderado pelo duque de York,vindo a morrer em batalha em Junho de 1672. Foi enterrado na capela de Henrique VII na Abadia de Westminster.
Bibliografia:
AZEVEDO, Carlos de "Um retrato português em Inglaterra", Sep. Revista da Faculdade de Letras, tomo XXII, 2ª série, nº1, Lisboa, Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, 1956. PRESTAGE, Edgar, As Relações Diplomáticas de Portugal com a França, Inglaterra e Holanda de 1640 a 1668, Coimbra, Impr. da Universidade, 1928. STEPHEN, Leslie, LEE, Sidney (eds.), The Dictionary of National Biography, vol. XIII, Oxford, University Press, 1998, pp. 679-684.