Data de publicação
2009
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Para contornar ventos e correntes, os navegadores portugueses da primeira metade do século XV, no retorno da Guiné, adoptaram a manobra de navegar pelo largo, estando, por vezes, sete e oito semanas sem tomarem vista de terra. Foi assim que se lhes criou a necessidade de conhecer, durante a noite e sempre que possível, a altura da Estrela Polar na sua passagem meridiana. Comparada essa altura coma que a que a estrela atingia em Lisboa, ou em Lagos, os marinheiros ficavam com uma ideia correcta do número de léguas que tinham de navegar segundo um meridiano para atingir o paralelo do porto de destino. A essa prática se chama, em rigor, «navegação de (ou por) alturas», mas como ela veio a dar depois à determinação de latitudes também é corrente que o cálculo desta coordenada a bordo se inclua na mesma designação. Convém acrescentar que, se de início apenas se comparavam supostas alturas meridianas (em rigor, não o eram) em dois lugares, depois passaram a ser observadas alturas da estrela em oito pontos bem definidos do círculo diurno aparente da estrela, apontando-se então essas alturas medidas com o quadrante ou o astrolábio em gráficos circularem cada um para o seu porto ou lugar de referência (Lisboa, Madeira, etc), que receberam o nome de «rodas» da Estrela Polar. Delas existem exemplos em muitas obras de cartógrafos portugueses quinhentistas e nos guias náuticos, também portugueses, logo no primeiro quartel do século XVI.
Bibliografia:
ALBUQUERQUE, Luís de, Os Guias Náuticos de Munique e de Évora, Coimbra, 1965. Artigo originalmente publicado no Dicionário de História dos Descobrimentos Portugueses, dir. Luís de Albuquerque, e reproduzido por cortesia do Círculo de Leitores
Bibliografia:
ALBUQUERQUE, Luís de, Os Guias Náuticos de Munique e de Évora, Coimbra, 1965. Artigo originalmente publicado no Dicionário de História dos Descobrimentos Portugueses, dir. Luís de Albuquerque, e reproduzido por cortesia do Círculo de Leitores