Data de publicação
2009
Categorias
Entradas associadas
Navegador português, natural de Lagos, escudeiro da Casa do infante D. Henrique. Em 1433, recebeu a capitania de uma barca para dobrar o cabo Bojador, mas ficou-se pelas Canárias, onde se fizeram alguns cativos. No ano seguinte, foi encarregue da mesma tarefa, tendo dobrado o Cabo com sucesso. Segundo Gomes Eanes de Zurara, por tal feito o Infante armou-o cavaleiro.
Em 1435, regressou á costa ocidental africana numa barca, integrado na armada de Afonso Gonçalves Baldaia que capitaneava um barinel. Terão explorado cerca de 50 léguas da costa abaixo do Bojador, onde apenas encontraram rasto de homens e de camelos. Durante nove anos o nome de Gil Eanes é omisso na Crónica da Guiné, provavelmente terá permanecido em Lagos ligado à actividade comercial proporcionada pelos Descobrimentos Henriquinos.
Em 1444, o navegador incorporou a expedição de Lançarote de Lagos à costa de Arguim. Ao contrário das anteriores empresas, esta armada era de iniciativa privada ainda que autorizada pelo Infante. Na ilha de Naar, os capitães e os seus homens fizeram 165 cativos. Passaram depois à ilha de Tider, onde se dividiu a armada como tinha sido proposto por Gil Eanes que ficou a guardar os batéis, não tendo participado directamente no ataque à ilha. Desta jornada resultou a maior captura de escravos realizada até então pelos navegadores portugueses.
Em 1445, Gil Eanes voltou a participar numa armada comandada por Lançarote. Esta expedição, a maior realizada até à data, era constituída por pelo menos 26 caravelas e uma fusta, a maior parte de Lagos, mas também de Lisboa e da ilha da Madeira. A empresa tinha como missão vingar a morte de Gonçalo Sintra, em 1444, na ilha de Tider. Segundo Zurara, os seus habitantes podiam constituir perigo para as navegações portuguesas. A estes objectivos aliavam-se os interesses comerciais baseados na captura de escravos. Depois da tomada esta ilha Lançarote, seguindo as ordens do Infante, prescindiu do comando dando liberdade aos capitães para fazer o que bem entendessem. Gil Eanes fez parte do pequeno grupo que decidiu regressar de imediato para Portugal, porque as suas caravelas eram pequenas e o Inverno avizinhava-se.
Desconhece-se qualquer outro desenvolvimento no percurso de Gil Eanes ainda que a existência de muitos homónimos tenha, por vezes, criado alguma confusão em torno da figura do navegador, como alertou Luís de Albuquerque.
Bibliografia:
ALBUQUERQUE, Luís de, Navegadores, Viajantes e Aventureiros Portugueses, Lisboa, Caminho, 1992. IDEM, Gil Eanes, Instituto de Investigação Científica Tropical, Lisboa, 1987.COSTA, Fontoura da, Descobrimentos marítimos africanos dos portugueses com D. Henrique, D. Afonso V e D. João II, Lisboa, Sociedade Nacional de Tipografia, 1938. MATOS, Luís Jorge Semedo de, "Eanes, Gil" in Navegações Portuguesas (Em linha, a 2/9/2009, http://www.instituto-camoes.pt/cvc/navegaport/d22.html). ZURARA, Gomes Eanes de, Crónica dos feitos notáveis que se passaram na conquista de Guiné por mandado do infante D. Henrique, 2 vols., Lisboa, Academia Portuguesa de História, 1981.
Em 1435, regressou á costa ocidental africana numa barca, integrado na armada de Afonso Gonçalves Baldaia que capitaneava um barinel. Terão explorado cerca de 50 léguas da costa abaixo do Bojador, onde apenas encontraram rasto de homens e de camelos. Durante nove anos o nome de Gil Eanes é omisso na Crónica da Guiné, provavelmente terá permanecido em Lagos ligado à actividade comercial proporcionada pelos Descobrimentos Henriquinos.
Em 1444, o navegador incorporou a expedição de Lançarote de Lagos à costa de Arguim. Ao contrário das anteriores empresas, esta armada era de iniciativa privada ainda que autorizada pelo Infante. Na ilha de Naar, os capitães e os seus homens fizeram 165 cativos. Passaram depois à ilha de Tider, onde se dividiu a armada como tinha sido proposto por Gil Eanes que ficou a guardar os batéis, não tendo participado directamente no ataque à ilha. Desta jornada resultou a maior captura de escravos realizada até então pelos navegadores portugueses.
Em 1445, Gil Eanes voltou a participar numa armada comandada por Lançarote. Esta expedição, a maior realizada até à data, era constituída por pelo menos 26 caravelas e uma fusta, a maior parte de Lagos, mas também de Lisboa e da ilha da Madeira. A empresa tinha como missão vingar a morte de Gonçalo Sintra, em 1444, na ilha de Tider. Segundo Zurara, os seus habitantes podiam constituir perigo para as navegações portuguesas. A estes objectivos aliavam-se os interesses comerciais baseados na captura de escravos. Depois da tomada esta ilha Lançarote, seguindo as ordens do Infante, prescindiu do comando dando liberdade aos capitães para fazer o que bem entendessem. Gil Eanes fez parte do pequeno grupo que decidiu regressar de imediato para Portugal, porque as suas caravelas eram pequenas e o Inverno avizinhava-se.
Desconhece-se qualquer outro desenvolvimento no percurso de Gil Eanes ainda que a existência de muitos homónimos tenha, por vezes, criado alguma confusão em torno da figura do navegador, como alertou Luís de Albuquerque.
Bibliografia:
ALBUQUERQUE, Luís de, Navegadores, Viajantes e Aventureiros Portugueses, Lisboa, Caminho, 1992. IDEM, Gil Eanes, Instituto de Investigação Científica Tropical, Lisboa, 1987.COSTA, Fontoura da, Descobrimentos marítimos africanos dos portugueses com D. Henrique, D. Afonso V e D. João II, Lisboa, Sociedade Nacional de Tipografia, 1938. MATOS, Luís Jorge Semedo de, "Eanes, Gil" in Navegações Portuguesas (Em linha, a 2/9/2009, http://www.instituto-camoes.pt/cvc/navegaport/d22.html). ZURARA, Gomes Eanes de, Crónica dos feitos notáveis que se passaram na conquista de Guiné por mandado do infante D. Henrique, 2 vols., Lisboa, Academia Portuguesa de História, 1981.