Data de publicação
2009
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18.º bispo de Cabo Verde.
Nasceu em Pena em 1724; teve como nome de baptismo Francisco de Abreu e era filho Manuel Simões e de Mariana Freire; era freire da província de Santo António dos Capuchos e foi lente de prima no colégio da Pedreira de Coimbra; foi confirmado em 1778 e chegou à diocese em 1781, mais precisamente a S. Nicolau, onde fez visita pastoral. Ainda no mesmo ano chegou a Santiago, logo se tendo desentendido com o cabido. Por isso, fixou residência no longínquo porto do Tarrafal, região da Ribeira da Prata, ficando muito distante da sé catedral. Esta disposição ia contra a vontade dos principais da terra que pretendiam que o bispo residisse e fundasse aquela instituição na residência da Trindade, situada no termo da cidade da Ribeira Grande. Naquele porto daria início à construção de um seminário. Em 1780 traça um retrato desolador da diocese: no cabido só restavam nove cónegos, 4 dos quais incapazes enquanto os restantes paroquiavam. Considerava a sé semelhante a uma colegiada rural e indigna da sua condição de catedral. Tal como o seu antecessor defendia a mudança da catedral para outra ilha, promessa que lhe havia sido feita antes de partir e manifesta-se favorável à transferência para S. Nicolau, ideia que ganhará raiz no séc. XIX para onde a catedral é transferida na segunda metade de Oitocentos. Com a alteração das regras de sucessão nos governos interinos, o bispo foi chamado à governação em 1781 e assumiu grande relevância neste posto, sendo chamado a assumir o projecto de povoamento das ilhas desertas e a tutela do naturalista brasileiro Feijó. Em 1782 visitou as ilhas do Fogo, Brava, Maio, S. Nicolau e S. Vicente. O bispo viria a falecer na Ribeira da Prata em Agosto de 1783, não tendo o cabido assistido às exéquias que não revestiram a condição episcopal, pelo que o seu sucessor transladou os restos mortais para a sé catedral. Feijó informou a coroa que o bispo fora assassinado.
Bibliografia: ALMEIDA, Fortunato de, História da Igreja em Portugal, nova ed.preparada e dirigida por Damião Peres, vol. III, Porto-Lisboa, Livraria Civilização, 1968. BARCELLOS, Christiano José de Sena, Subsídios para a História de Cabo Verde e Guiné, tomo III, parte V, Lisboa, Academia Real das Ciências de Lisboa, 1905. REMA, Henrique Pinto, A Diocese de Cabo Verde, in História Religiosa de Portugal, dir. de Carlos Azevedo, Lisboa, Círculo de Leitores, 2001, vol. II, A-C, pp. 280-284.
Nasceu em Pena em 1724; teve como nome de baptismo Francisco de Abreu e era filho Manuel Simões e de Mariana Freire; era freire da província de Santo António dos Capuchos e foi lente de prima no colégio da Pedreira de Coimbra; foi confirmado em 1778 e chegou à diocese em 1781, mais precisamente a S. Nicolau, onde fez visita pastoral. Ainda no mesmo ano chegou a Santiago, logo se tendo desentendido com o cabido. Por isso, fixou residência no longínquo porto do Tarrafal, região da Ribeira da Prata, ficando muito distante da sé catedral. Esta disposição ia contra a vontade dos principais da terra que pretendiam que o bispo residisse e fundasse aquela instituição na residência da Trindade, situada no termo da cidade da Ribeira Grande. Naquele porto daria início à construção de um seminário. Em 1780 traça um retrato desolador da diocese: no cabido só restavam nove cónegos, 4 dos quais incapazes enquanto os restantes paroquiavam. Considerava a sé semelhante a uma colegiada rural e indigna da sua condição de catedral. Tal como o seu antecessor defendia a mudança da catedral para outra ilha, promessa que lhe havia sido feita antes de partir e manifesta-se favorável à transferência para S. Nicolau, ideia que ganhará raiz no séc. XIX para onde a catedral é transferida na segunda metade de Oitocentos. Com a alteração das regras de sucessão nos governos interinos, o bispo foi chamado à governação em 1781 e assumiu grande relevância neste posto, sendo chamado a assumir o projecto de povoamento das ilhas desertas e a tutela do naturalista brasileiro Feijó. Em 1782 visitou as ilhas do Fogo, Brava, Maio, S. Nicolau e S. Vicente. O bispo viria a falecer na Ribeira da Prata em Agosto de 1783, não tendo o cabido assistido às exéquias que não revestiram a condição episcopal, pelo que o seu sucessor transladou os restos mortais para a sé catedral. Feijó informou a coroa que o bispo fora assassinado.
Bibliografia: ALMEIDA, Fortunato de, História da Igreja em Portugal, nova ed.preparada e dirigida por Damião Peres, vol. III, Porto-Lisboa, Livraria Civilização, 1968. BARCELLOS, Christiano José de Sena, Subsídios para a História de Cabo Verde e Guiné, tomo III, parte V, Lisboa, Academia Real das Ciências de Lisboa, 1905. REMA, Henrique Pinto, A Diocese de Cabo Verde, in História Religiosa de Portugal, dir. de Carlos Azevedo, Lisboa, Círculo de Leitores, 2001, vol. II, A-C, pp. 280-284.