Data de publicação
2009
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Capitão de Goa (1500?-1554).
Filho de D. Diogo de Lima, capitão de Cochim, e de D. Catarina da Rosa, sobrinho de D. Francisco de Lima, 3.º Visconde de Vila Nova de Cerveira. Desconhece-se se casou ou teve filhos. Filho segundo de um filho segundo, teria partido para a Índia ainda muito novo em busca de melhores condições de ascensão social. Embora não haja registos efectivos das suas duas primeiras viagens ultramarinas, a doação de duas tenças, uma em 1520 e outra em 1532, feitas em agradecimento dos seus serviços prestados na Índia, permite-nos saber onde esteve, mas desconhece-se por completo o âmbito das suas actividades. Como seu pai foi nomeado capitão de Cochim, em 1520, possivelmente D. Francisco partiu com ele, permitindo-lhe contactar desde cedo com a realidade indiana. A primeira menção efectiva em registos coevos foi em 1534, quando as forças portuguesas, lideradas por D. Estêvão e D. Paulo da Gama, entraram em confronto com o sultão de Ugentana, combate no qual D. Paulo acabou por ser morto, e D. Francisco de Lima ferido. D. Estêvão, procurando vingar a morte do irmão, reuniu um grupo de homens e embarcações, onde se encontrava D. Francisco de Lima, e partiu em direcção a Ugentana, que atacou, cercou e destruiu. Em 1537, ainda sob o comando de D. Estêvão da Gama, participou na defesa da fortaleza de Malaca contra os Achéns, por duas vezes, que resultou num ferimento numa das incursões. Em 1541 apareceu como capitão de um galeão, Bufara, na armada de D. Estêvão da Gama, então já como governador da Índia, e que tinha como objectivo a destruição da armada que os turcos preparavam no Suez. A iniciativa saiu, no entanto, gorada e D. Francisco de Lima foi enviado por D. Estêvão da Gama a Lisboa, onde chegou a Abril de 1542, para informar D. João III do que havia acontecido e colocá-lo ao corrente do panorama político-militar do território. Em 1547 regressou à Índia já como capitão-mor da armada desse ano e empossado da capitania de Goa (1547-1550), perfazendo assim a sua terceira, e última, viagem. Assim, e na qualidade de capitão de Goa, auxiliou o vice-rei D. João de Castro na construção da fortaleza de Diu, razão pela qual recebeu uma referência de atestação de serviços pelo vice-rei. Enquanto capitão de Goa, D. Francisco desempenhou várias tarefas de cariz político e diplomático, como a elaboração de um parecer acerca do sultão do Guzerate e as suas implicações na reconstrução da fortaleza de Diu (1548), enquanto conselheiro do vice-rei, e outras mais burocráticas, que se reportavam à administração da Ribeira e Armazéns, contratação de pessoal e matérias-primas, para além da defesa efectiva da praça. A capitania de Goa trouxe-lhe também a possibilidade de assumir a governação do Estado da Índia, em parceria com bispo D. João de Albuquerque e o ouvidor-geral António Barbudo, após a morte de Garcia de Sá e a chegada do seu sucessor, Jorge Cabral, com quem depois se incompatibilizou. Faleceu em 1554, em Moçambique, numa viagem de regresso a Portugal, desconhecendo-se as circunstâncias em que ocorreu.
Bibliografia:
DINIZ, Sofia, "D. Francisco de Lima, Capitão de Goa", in A Nobreza e a Expansão: estudos biográficos, coord. João Paulo Oliveira e Costa, Cascais, Patrimónia, 2000, pp. 298-315. DINIZ, Sofia e CARVALHO, Patrícia, "Os Limas e a Política de D. Manuel I", in A Alta Nobreza e a Fundação do Estado da Índia, org. João Paulo Oliveira e Costa e Vítor Luís Gaspar Rodrigues, Lisboa, CHAM/IICT/UNL, 2004, pp. 259-277.
Filho de D. Diogo de Lima, capitão de Cochim, e de D. Catarina da Rosa, sobrinho de D. Francisco de Lima, 3.º Visconde de Vila Nova de Cerveira. Desconhece-se se casou ou teve filhos. Filho segundo de um filho segundo, teria partido para a Índia ainda muito novo em busca de melhores condições de ascensão social. Embora não haja registos efectivos das suas duas primeiras viagens ultramarinas, a doação de duas tenças, uma em 1520 e outra em 1532, feitas em agradecimento dos seus serviços prestados na Índia, permite-nos saber onde esteve, mas desconhece-se por completo o âmbito das suas actividades. Como seu pai foi nomeado capitão de Cochim, em 1520, possivelmente D. Francisco partiu com ele, permitindo-lhe contactar desde cedo com a realidade indiana. A primeira menção efectiva em registos coevos foi em 1534, quando as forças portuguesas, lideradas por D. Estêvão e D. Paulo da Gama, entraram em confronto com o sultão de Ugentana, combate no qual D. Paulo acabou por ser morto, e D. Francisco de Lima ferido. D. Estêvão, procurando vingar a morte do irmão, reuniu um grupo de homens e embarcações, onde se encontrava D. Francisco de Lima, e partiu em direcção a Ugentana, que atacou, cercou e destruiu. Em 1537, ainda sob o comando de D. Estêvão da Gama, participou na defesa da fortaleza de Malaca contra os Achéns, por duas vezes, que resultou num ferimento numa das incursões. Em 1541 apareceu como capitão de um galeão, Bufara, na armada de D. Estêvão da Gama, então já como governador da Índia, e que tinha como objectivo a destruição da armada que os turcos preparavam no Suez. A iniciativa saiu, no entanto, gorada e D. Francisco de Lima foi enviado por D. Estêvão da Gama a Lisboa, onde chegou a Abril de 1542, para informar D. João III do que havia acontecido e colocá-lo ao corrente do panorama político-militar do território. Em 1547 regressou à Índia já como capitão-mor da armada desse ano e empossado da capitania de Goa (1547-1550), perfazendo assim a sua terceira, e última, viagem. Assim, e na qualidade de capitão de Goa, auxiliou o vice-rei D. João de Castro na construção da fortaleza de Diu, razão pela qual recebeu uma referência de atestação de serviços pelo vice-rei. Enquanto capitão de Goa, D. Francisco desempenhou várias tarefas de cariz político e diplomático, como a elaboração de um parecer acerca do sultão do Guzerate e as suas implicações na reconstrução da fortaleza de Diu (1548), enquanto conselheiro do vice-rei, e outras mais burocráticas, que se reportavam à administração da Ribeira e Armazéns, contratação de pessoal e matérias-primas, para além da defesa efectiva da praça. A capitania de Goa trouxe-lhe também a possibilidade de assumir a governação do Estado da Índia, em parceria com bispo D. João de Albuquerque e o ouvidor-geral António Barbudo, após a morte de Garcia de Sá e a chegada do seu sucessor, Jorge Cabral, com quem depois se incompatibilizou. Faleceu em 1554, em Moçambique, numa viagem de regresso a Portugal, desconhecendo-se as circunstâncias em que ocorreu.
Bibliografia:
DINIZ, Sofia, "D. Francisco de Lima, Capitão de Goa", in A Nobreza e a Expansão: estudos biográficos, coord. João Paulo Oliveira e Costa, Cascais, Patrimónia, 2000, pp. 298-315. DINIZ, Sofia e CARVALHO, Patrícia, "Os Limas e a Política de D. Manuel I", in A Alta Nobreza e a Fundação do Estado da Índia, org. João Paulo Oliveira e Costa e Vítor Luís Gaspar Rodrigues, Lisboa, CHAM/IICT/UNL, 2004, pp. 259-277.