Data de publicação
2010
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Mercador italiano nascido a 25 de Fevereiro de 1493, em Florença. Filho primogénito de Niccoló di Giovanni Giraldi e Margherita di Luca di Agostino Capponi. As primeiras notícias da presença em Lisboa de Luca datam de 1515, como mercador-banqueiro, altura em que conheceu Giovanni da Empoli. As suas actividades comerciais contemplavam o açúcar da Madeira, as especiarias e as drogas da Índia.

Esteve algum tempo hospedado em casa do conde de Cremona João Francisco Affaitati, com cuja família manteve relações comerciais, tal como com a dos Cavalcanti. Estes contactos permitiram-lhe criar um espaço de acção bastante vasto nas suas actividades de banqueiro e homem de negócios, como demonstra a sua associação ao banco de Roma de Giovan Battista Cavalcanti.

A 18 de Março de 1529 tornou-se procurador dos Affaitati num contrato celebrado entre o conde João Francisco e Capellan de Capellani, no qual o primeiro se comprometia a comprar ao outro todo o açúcar e melaço que produzia na ilha da Madeira. Em 1529, ainda como procurador da família Affaitati, Luca obrigou-se a comprar todo o açúcar dos direitos reais desse ano.

A partir do ano de 1530 as actividades comerciais de Luca Giraldi tiveram um grande e rápido desenvolvimento, tal como a sua integração na corte portuguesa.

No testamento de Giovanni da Empoli, Luca foi contemplado como depositário de alguns dos bens do mercador florentino. Entre eles encontravam-se dois livros de contas, jóias provenientes da Índia, bem como diversas riquezas de outros mercadores florentinos que construíram as suas fortunas no Oriente, como foi o caso de Piero Strozzi e Giovanni Buonagrazia.

Carlo Strozzi nomeou-o seu procurador para que tratasse da herdade do seu falecido irmão, em substituição do conde João Francisco Affaitati aquando do falecimento deste.

Por testamento de D. João de Castro recebeu todo o dinheiro da terça do falecido.

A partir do ano de 1533 passou a integrar o grupo de contratadores das especiarias e drogas, ligado a figuras como João Carlos Affaitati, Francisco Mendes, Afonso de Torres e Gabriel de Negro. A 6 de Agosto desse mesmo ano recebeu do monarca português D. João III uma carta patente em que Luca, tal como os seus feitores e criados gozassem dos mesmos privilégios e liberdades atribuídos aos mercadores alemães.

Bibliografia:
ALESSANDRINI, Nunziatella, Os italianos na Lisboa de 1500 a 1680: das hegemonias florentinas às genovesas (tese de doutoramento), Lisboa, Universidade Aberta, 2009.