Data de publicação
2009
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Simão de Miranda de Azevedo foi um fidalgo da Casa Real que se destacou como sendo um dos capitães da armada que descobriu o Brasil e como 4º capitão da fortaleza de Sofala.
Foi um dos muitos filhos segundos e bastardos da nobreza que procuraram enriquecer e aumentar o seu prestígio social através da participação na expansão portuguesa. Dois dos seus irmãos, António e Sebastião de Miranda de Azevedo, também enveredaram por esta via para atingir riqueza e prestígio social. Sebastião participou mesmo na batalha de Diu e nas conquistas de Goa e de Malaca. Por seu lado, Simão destacou-se não por feitos militares, mas pela ocupação de cargos administrativos.
Em 1500, um ainda jovem Simão de Miranda participou na armada comandada por Pedro Alvares Cabral, que tinha como destino a Índia e acabou por descobrir o Brasil. Apesar da sua inexperiência militar e de navegação foi-lhe atribuído o cargo de capitão de um dos navios. Da sua participação na armada cabralina pouco se sabe para além de ter regressado ao Reino juntamente com o capitão-mor em 1501.
Provavelmente nessa época casou com D. Joana Correia, filha do feitor Aires Correia, que também havia participado na armada de Cabral. Deste casamento não houve qualquer descendência. Parece também ter recebido algumas tenças régias, mas não existem certezas se estas se referem realmente ao biografado ou a algum homónimo, o mesmo ocorrendo quanto a um poeta de nome Simão de Miranda, referido no Cancioneiro Geral de Garcia de Resende.
Partiu novamente de Portugal em 1512, com ordens régias que lhe davam o comando da fortaleza de Sofala, em substituição de António Saldanha, cujo triénio de governação terminava esse ano. Partiu ao comando da nau Nossa Senhora das Virtudes, integrada na armada dirigida por Jorge de Melo e Garcia de Sousa. Tendo chegado ao destino, ocupou imediatamente o seu novo cargo.
A fortaleza de Sofala fora estabelecida em 1505 com o objectivo de controlar o fluxo de ouro da África Oriental. Com o estabelecimento desta fortaleza os mercadores muçulmanos tentaram desviar as rotas comerciais do ouro de forma a escapar ao controlo dos Portugueses, o que levou a que Simão de Miranda, continuando a política do seu antecessor, tivesse de fazer constantes viagens a Moçambique para tentar controlar essas fugas. Nestas viagens, os capitães de Sofala costumavam encontrar-se com as armadas que iam e vinham do Reino para a Índia e que na sua rota não passavam por Sofala. Simão de Miranda teve algum sucesso nesta acção, mas era muito difícil conseguir controlar completamente o fluxo de ouro.
Simão de Miranda de Azevedo parece ter enriquecido bastante de forma ilegítima durante a ocupação do cargo de capitão da fortaleza de Sofala, o que era uma prática bastante comum naquela época e naquelas paragens. Muitos dos homens que iam para a Índia tinham como objectivo enriquecer, pelo que usavam os seus cargos e o poder inerente para conseguir fortuna de maneira lícita e ilícita.
No último ano do seu triénio de governação, 1515, Simão de Miranda acabou por falecer possivelmente vítima de malária. Foi substituído interinamente pelo feitor Pêro Vaz Soares, até à chegada de Cristóvão de Távora, que partira do reino em Abril do mesmo ano.
Bibliografia:
RIBEIRO, Madalena, "Simão de Miranda, descobridor do Brasil e 4º capitão de Sofala", in Descobridores do Brasil. Exploradores do Atlântico e Construtores do Estado da Índia, Costa, João Paulo Oliveira e (coord.), Sociedade Histórica da Independência de Portugal, Lisboa, 2000.
Foi um dos muitos filhos segundos e bastardos da nobreza que procuraram enriquecer e aumentar o seu prestígio social através da participação na expansão portuguesa. Dois dos seus irmãos, António e Sebastião de Miranda de Azevedo, também enveredaram por esta via para atingir riqueza e prestígio social. Sebastião participou mesmo na batalha de Diu e nas conquistas de Goa e de Malaca. Por seu lado, Simão destacou-se não por feitos militares, mas pela ocupação de cargos administrativos.
Em 1500, um ainda jovem Simão de Miranda participou na armada comandada por Pedro Alvares Cabral, que tinha como destino a Índia e acabou por descobrir o Brasil. Apesar da sua inexperiência militar e de navegação foi-lhe atribuído o cargo de capitão de um dos navios. Da sua participação na armada cabralina pouco se sabe para além de ter regressado ao Reino juntamente com o capitão-mor em 1501.
Provavelmente nessa época casou com D. Joana Correia, filha do feitor Aires Correia, que também havia participado na armada de Cabral. Deste casamento não houve qualquer descendência. Parece também ter recebido algumas tenças régias, mas não existem certezas se estas se referem realmente ao biografado ou a algum homónimo, o mesmo ocorrendo quanto a um poeta de nome Simão de Miranda, referido no Cancioneiro Geral de Garcia de Resende.
Partiu novamente de Portugal em 1512, com ordens régias que lhe davam o comando da fortaleza de Sofala, em substituição de António Saldanha, cujo triénio de governação terminava esse ano. Partiu ao comando da nau Nossa Senhora das Virtudes, integrada na armada dirigida por Jorge de Melo e Garcia de Sousa. Tendo chegado ao destino, ocupou imediatamente o seu novo cargo.
A fortaleza de Sofala fora estabelecida em 1505 com o objectivo de controlar o fluxo de ouro da África Oriental. Com o estabelecimento desta fortaleza os mercadores muçulmanos tentaram desviar as rotas comerciais do ouro de forma a escapar ao controlo dos Portugueses, o que levou a que Simão de Miranda, continuando a política do seu antecessor, tivesse de fazer constantes viagens a Moçambique para tentar controlar essas fugas. Nestas viagens, os capitães de Sofala costumavam encontrar-se com as armadas que iam e vinham do Reino para a Índia e que na sua rota não passavam por Sofala. Simão de Miranda teve algum sucesso nesta acção, mas era muito difícil conseguir controlar completamente o fluxo de ouro.
Simão de Miranda de Azevedo parece ter enriquecido bastante de forma ilegítima durante a ocupação do cargo de capitão da fortaleza de Sofala, o que era uma prática bastante comum naquela época e naquelas paragens. Muitos dos homens que iam para a Índia tinham como objectivo enriquecer, pelo que usavam os seus cargos e o poder inerente para conseguir fortuna de maneira lícita e ilícita.
No último ano do seu triénio de governação, 1515, Simão de Miranda acabou por falecer possivelmente vítima de malária. Foi substituído interinamente pelo feitor Pêro Vaz Soares, até à chegada de Cristóvão de Távora, que partira do reino em Abril do mesmo ano.
Bibliografia:
RIBEIRO, Madalena, "Simão de Miranda, descobridor do Brasil e 4º capitão de Sofala", in Descobridores do Brasil. Exploradores do Atlântico e Construtores do Estado da Índia, Costa, João Paulo Oliveira e (coord.), Sociedade Histórica da Independência de Portugal, Lisboa, 2000.