Data de publicação
2009
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Período
Área Geográfica
Filho de D. Fernando, 3º conde de Arraiolos e futuro 2º duque de Bragança e de D. Joana de Castro, foi o terceiro filho do casal e terá nascido por volta do ano de 1432, em Vila Viçosa. Neto de D. Afonso, 1º duque de Bragança e bisneto de D. João I e de D. Nuno Álvares Pereira por via paterna, D. Afonso fez a sua estreia militar na incursão de D. Afonso V de 1463-64 a Marrocos, onde também participaram o seu pai e irmãos mais velhos, D. Fernando (futuro 3º duque de Bragança) e D. João (futuro marquês de Montemor). A frota partiu de Silves em Novembro de 1463, apesar de o monarca ter sido aconselhado prolongar a sua estadia em Silves (conselho que não seguiu), porque o final do Outono era uma altura perigosa para a navegação da costa marroquina. A travessia revelou-se complicada, com algumas naus em risco de se perderem, o que de facto aconteceu à embarcação onde seguia D. Afonso que, no entanto, conseguiu ser resgatado. Nesta campanha, há notícia da sua participação na cavalgada e presa na Serra de Benacofu.

Em 1465, D. Afonso recebeu dos pais (com consentimento do seu irmão mais velho, D. Fernando, na altura conde de Guimarães), a alcaidaria-mor de Estremoz assim como as terras de Eixo, Paos e Vilarinho.

Nesse mesmo ano, a 10 de Junho, tratou-se, com aprovação régia, do seu casamento com D. Maria de Noronha, herdeira presuntiva de D. Sancho de Noronha e de D. Mécia de Sousa, 1ºs condes de Odemira. Este contrato matrimonial, muito vantajoso para D. Afonso, implicava a doação imediata de todos os bens dos condes de Odemira, com reserva de usufruto enquanto os condes fossem vivos, e a transferência, a partir de Janeiro do ano seguinte do assentamento de D. Sancho.

A 22 de Maio de 1469 D. Afonso V deu-lhe o título de 1º conde de Faro e em 1475, após a morte do sogro, recebeu o cargo de adiantado-mor no reino do Algarve e o título de 2º conde de Odemira.

O Conde de Faro participou ainda na batalha de Toro, capitaneando um dos grupos da hoste real. A 22 de Abril de 1476, como recompensa da sua participação em Toro, o rei deu-lhe o cargo de fronteiro-mor de todas as suas terras.

D. Afonso foi na fase final da vida de D. Afonso V um dos seus homens de confiança e fez parte da comitiva que acompanhou o rei na sua viagem a França.

Em 1483, após a prisão do seu irmão mais velho, D. Fernando, 3º duque de Bragança, o Conde de Faro e D. João, marquês de Montemor, refugiaram-se em Castela. D. Afonso morreu em Sevilha nesse mesmo ano. Está enterrado no Mosteiro do Carmo em Sevilha. O título de conde de Odemira (e os bens que lhe estavam associados) foi reabilitado no reinado de D. Manuel I, que o concedeu ao filho primogénito de D. Afonso, D. Sancho de Noronha.

Bibliografia:
CUNHA, Mafalda Soares da, Linhagem, Parentesco e Poder. A Casa de Bragança (1384-1433), Lisboa, Fundação da Casa de Bragança, 1990. SOUSA, António Caetano de, História Genealógica da Casa Real Portuguesa, tomo IX, nova edição revista por M. Lopes de Almeida e César Pegado, Coimbra, Atlântida Livraria Editora, 1948.