Data de publicação
2009
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Filho segundo de Álvaro Pires de Castro e de D. Maria Rodrigues. 1. Pertencia, do lado paterno, a uma família bastante ilustre, mas a um ramo já secundário da linhagem; como filho segundo de um filho ilegítimo, Álvaro Pires de Castro, não pode ser tido como uma figura muito distinta. A família da sua mãe não era de modo algum ilustre, em termos de linhagem, dado ter tido origem num burocrata de origens obscuras - o seu avô, Rui Galvão - que tinha, ainda assim, conseguido uma posição importante na corte de Afonso V (1438-1481); o tio materno de Filipe, Duarte Galvão - o cronista oficial do reino - era também um importante membro da corte, e, no que diz respeito à família mais próxima, era provavelmente a relação familiar mais valiosa que o seu sobrinho tinha à sua disposição, embora fosse proveniente do lado menos reputado da família. 2. O nome de Filipe de Castro ficou conhecido graças às suas três viagens de ida e volta à Índia, como capitão, em 1504, como Capitão-mor em 1507 e 1525 (é ainda possível, embora não se possa ter certeza da veracidade desta informação, que tenha participado numa expedição à Costa da Guiné, como capitão de uma caravela, em 1489, e que tenha servido em Marrocos, na década seguinte). A sua personalidade parece ter sido marcada pela discrição. Em 1504, pertenceu à frota de Lopo Soares de Albergaria, que ganhou bastante fama por ter ganho vitórias importantes, nas quais Filipe, ao contrário de outros, não se distinguiu. Em 1507, foi nomeado Capitão-mor de uma parte da armada da Índia desse ano. Esta viagem tinha um carácter muito mais rotineiro do que a de 1504, e o único facto que é digno de registo é que todas as embarcações perderam a monção e foram forçadas a passar o Inverno em Moçambique, onde tentaram ocupar o tempo que tinham de lá passar, construindo uma fortaleza. Após um interregno de cerca de vinte anos, volta a navegar de novo rumo a Oriente em 1625, desta vez como Capitão-mor de toda a armada da Índia. Foi um regresso desafortunado à Carreira da Índia, pois o seu barco naufragou perto da costa árabe na viagem de ida, embora parte das pessoas e da carga a bordo tenha sido salva e levada para a Índia. Filipe de Castro regressou a Portugal num outro barco, em 1627.

Bibliografia:
MURTEIRA, André, "Filipe de Castro, Capitão da Carreira da Índia", in A nobreza na expansão portuguesa. Dados biográficos, João Paulo Oliveira e Costa (ed.), Lisbon, 1999.

Traduzido do Inglês por: Dominique Faria