Data de publicação
2009
Categorias
Governador da Índia (1628-1629).
Nascido cerca de 1570, D. Frei Luís de Brito e Meneses foi o único filho de Sebastião de Brito e Meneses e de D. Francisca da Costa. Muito pouco se sabe da sua biografia até chegar ao cargo de governador. Sendo religioso eremita de Santo Agostinho partiu para a Índia em data incerta. A 18 de Maio de 1615 era confirmado como bispo de Meliapor e, pouco depois, eleito bispo de Cochim, embora não viesse a ser confirmado. Segundo prelado a governar o Estado da Índia, em situação de ausência do nomeado pelo rei, recebeu, todavia, o controlo da Ásia Portuguesa de uma forma distinta de D. Frei Aleixo de Meneses. Após cerca de seis anos do seu segundo vice-reinado e sabendo que D. Filipe III de Portugal tinha nomeado novo vice-rei para lhe suceder, D. Francisco da Gama, 4º conde da Vidigueira, entregou o poder a D. Frei Luís de Brito e Meneses a 8 de Março de 1628. Tal facto sucedeu porque o vice-rei nomeado pelo monarca, D. Francisco Mascarenhas, se encontrava a caminho do Reino aquando da sua nomeação, optando o conde vice-rei por entregar o governo ao prelado. Apesar de ser de novo enviado pelo soberano para os mares da Ásia, D. Francisco Mascarenhas viria a falecer na viagem, ficando por esta razão o governo da Índia a cargo do religioso agostinho até à data da sua morte.
As informações disponíveis para o governo de D. Frei Luís de Brito e Meneses reportam-se já ao ano de 1629. Este ano ficou marcado pelos acontecimentos ocorridos em torno de Malaca e ainda pelo insucesso de Constantino de Sá no Ceilão. O general daquela conquista procurava prender o rei de Cândia pelos danos que, em anos anteriores, havia causado aos Portugueses, alcançando o seu objectivo e acabando por incendiar a cidade de Cândia. Na Insulíndia, desenrolavam-se os acontecimentos preparatórios do último grande cerco que Malaca viria a sofrer antes da expulsão dos Portugueses daquela praça em 1641: o cerco de 1629. Em Maio, o sultão do Achém, Iskandar Muda, aprisionava o embaixador português, Pedro Abreu, e apressava então os preparativos para o início do cerco, no qual pretendia entrar pessoalmente. O assédio à fortaleza portuguesa principiou em Julho, tendo o capitão da praça, Gaspar de Melo e Sampaio, apesar da falta de efectivos e com a ajuda de António Pinto da Fonseca, sido bem sucedido no rechaçar do primeiro ataque. O cerco era já esperado em Goa, onde as cartas do bispo de Malaca, a alertar sobre a eventualidade do cerco se acumulavam desde inícios da década de 1620. Apesar de vir a falecer a 29 de Julho de 1629, D. Frei Luís de Brito e Meneses ainda tomou conhecimento do cerco logo em Junho, mas teria decidido adiar para Setembro o socorro a prestar à praça, devido à impossibilidade de navegar para a Insulíndia naquela fase do ano. A polémica decisão do governador, aliada à sua prematura morte, levaram a que muitos fidalgos daquele tempo julgassem, quiçá com algum fundamento, que procurava evitar a nomeação de Nuno Álvares Botelho, que logo se teria oferecido para socorrer pessoalmente a praça. De facto, D. Frei Luís de Brito e Meneses adiou sempre a autorização de partida daquele fidalgo até falecer. Foi sepultado no convento de Santo Agostinho da Velha Goa.
Bibliografia:
SOUSA, Manuel de Faria e, Ásia Portuguesa, volume VI, tradução de Maria Vitória Garcia Santos Ferreira, vol. VI, 4º Parte, caps. III-IV, Porto, Livraria Civilização, 1947. ZÚQUETE, Afonso, Tratado de Todos os Vice-Reis e Governadores da Índia, Lisboa, Editorial Enciclopédia, 1962.
Nascido cerca de 1570, D. Frei Luís de Brito e Meneses foi o único filho de Sebastião de Brito e Meneses e de D. Francisca da Costa. Muito pouco se sabe da sua biografia até chegar ao cargo de governador. Sendo religioso eremita de Santo Agostinho partiu para a Índia em data incerta. A 18 de Maio de 1615 era confirmado como bispo de Meliapor e, pouco depois, eleito bispo de Cochim, embora não viesse a ser confirmado. Segundo prelado a governar o Estado da Índia, em situação de ausência do nomeado pelo rei, recebeu, todavia, o controlo da Ásia Portuguesa de uma forma distinta de D. Frei Aleixo de Meneses. Após cerca de seis anos do seu segundo vice-reinado e sabendo que D. Filipe III de Portugal tinha nomeado novo vice-rei para lhe suceder, D. Francisco da Gama, 4º conde da Vidigueira, entregou o poder a D. Frei Luís de Brito e Meneses a 8 de Março de 1628. Tal facto sucedeu porque o vice-rei nomeado pelo monarca, D. Francisco Mascarenhas, se encontrava a caminho do Reino aquando da sua nomeação, optando o conde vice-rei por entregar o governo ao prelado. Apesar de ser de novo enviado pelo soberano para os mares da Ásia, D. Francisco Mascarenhas viria a falecer na viagem, ficando por esta razão o governo da Índia a cargo do religioso agostinho até à data da sua morte.
As informações disponíveis para o governo de D. Frei Luís de Brito e Meneses reportam-se já ao ano de 1629. Este ano ficou marcado pelos acontecimentos ocorridos em torno de Malaca e ainda pelo insucesso de Constantino de Sá no Ceilão. O general daquela conquista procurava prender o rei de Cândia pelos danos que, em anos anteriores, havia causado aos Portugueses, alcançando o seu objectivo e acabando por incendiar a cidade de Cândia. Na Insulíndia, desenrolavam-se os acontecimentos preparatórios do último grande cerco que Malaca viria a sofrer antes da expulsão dos Portugueses daquela praça em 1641: o cerco de 1629. Em Maio, o sultão do Achém, Iskandar Muda, aprisionava o embaixador português, Pedro Abreu, e apressava então os preparativos para o início do cerco, no qual pretendia entrar pessoalmente. O assédio à fortaleza portuguesa principiou em Julho, tendo o capitão da praça, Gaspar de Melo e Sampaio, apesar da falta de efectivos e com a ajuda de António Pinto da Fonseca, sido bem sucedido no rechaçar do primeiro ataque. O cerco era já esperado em Goa, onde as cartas do bispo de Malaca, a alertar sobre a eventualidade do cerco se acumulavam desde inícios da década de 1620. Apesar de vir a falecer a 29 de Julho de 1629, D. Frei Luís de Brito e Meneses ainda tomou conhecimento do cerco logo em Junho, mas teria decidido adiar para Setembro o socorro a prestar à praça, devido à impossibilidade de navegar para a Insulíndia naquela fase do ano. A polémica decisão do governador, aliada à sua prematura morte, levaram a que muitos fidalgos daquele tempo julgassem, quiçá com algum fundamento, que procurava evitar a nomeação de Nuno Álvares Botelho, que logo se teria oferecido para socorrer pessoalmente a praça. De facto, D. Frei Luís de Brito e Meneses adiou sempre a autorização de partida daquele fidalgo até falecer. Foi sepultado no convento de Santo Agostinho da Velha Goa.
Bibliografia:
SOUSA, Manuel de Faria e, Ásia Portuguesa, volume VI, tradução de Maria Vitória Garcia Santos Ferreira, vol. VI, 4º Parte, caps. III-IV, Porto, Livraria Civilização, 1947. ZÚQUETE, Afonso, Tratado de Todos os Vice-Reis e Governadores da Índia, Lisboa, Editorial Enciclopédia, 1962.