Data de publicação
2009
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Área Geográfica
Religioso da Companhia de Jesus que trabalhou especialmente no Japão. Nasceu em Bolonha, em 1554, e morreu em Macau, a 30 de Agosto de 1612. Entrou para a Companhia de Jesus em Roma, a 25 de Outubro de 1572. Foi ordenado sacerdote em Lisboa em 1578, tendo celebrado a primeira missa na igreja de São Roque. Partiu para a Índia em 24 de Março de 1578, a bordo da nau S. Gregório, tendo chegado a Goa em Setembro. Aí exerceu funções pastorais no colégio de Goa e o cargo de procurador da província da Índia. Em 1582 partiu para o Extremo Oriente, tendo visitado Malaca e Macau. Depois de uma breve passagem pelo interior da China, partiu para o Japão, onde chegou a 25 de Julho de 1583. Em 1586 era superior da residência de Sakai, tendo também desenvolvido trabalho na região de Bungo e Nagasáqui. Foi companheiro e admonitor de Alexandre Valignano na sua segunda visita ao país (1590-1592), função que desempenhou novamente aquando da sua terceira visita, entre 1598 e 1603. Em 1590 era superior de Sumoto, tendo participado na 2ª consulta geral do Japão, realizada em Katsusa. Foi também nesse local que se tornou professo de 4 votos, a 30 de Junho de 1591. A partir de 1592 passou a ser consultor do vice provincial Pedro Gomes. Em 1596 acompanhou o recém-chegado D. Pedro Martins, bispo do Japão, numa embaixada ao Miyako, onde foram recebidos por Toyotomi Hideyoshi. Em 1598 participou na consulta ao modo de sínodo, em Nagasáqui, convocada pelo novo bispo D. Luís Cerqueira. Em Setembro ou Outubro de 1600 foi nomeado vice provincial, em substituição de Pedro Gomes. Em 1606 viu-se envolvido numa situação constrangedora, tendo sido acusado de se imiscuir no governo temporal de Nagasáqui. A questão prendeu-se com a sua alegada participação, juntamente com João Rodrigues, no plano de reordenamento do território de Nagasáqui, que consistiu na troca de algumas terras entre o xogunato e o dáimio de Ômura. Ômura Yoshiaki, sentiu-se lesado com a troca e acusou os jesuítas de serem os mentores do projecto, cortando relações com a Companhia de Jesus e com a Igreja. A 6 de Junho de 1607 o vice provincial foi recebido em audiência por Tokugawa Ieyasu, aproveitando também a deslocação para prestar visitas a Tokugawa Hidetada em Edo (Tóquio) e Toyotomi Hideyori no castelo de Osaka. Em 1611 recebeu a nomeação para o cargo de visitador da China e do Japão, que havia sido emitida em Roma a 9 de Dezembro de 1608. Desempenhou ainda a função de provincial durante uns meses até à passagem do cargo para Valentim de Carvalho. A 22 de Março de 1612 embarcou para Macau mas em meados de Julho foi acometido por uma grave doença, tendo falecido cerca de um mês e meio depois. Tinha o curso de artes e dois anos de Teologia e era um bom conhecedor da língua japonesa. O seu governo enquanto vice provincial do Japão ficou marcado por uma resistência em relação à formação de clero nativo, defendida pelo bispo D. Luís de Cerqueira.

Bibliografia:
Monumenta Historica Japoniae, dir. de Josef Franz Schütte S. J., Roma, Institutum Historicum Societatis Iesu, 1975. COSTA, João Paulo Oliveira e, O Cristianismo no Japão e o Episcopado de D. Luís de Cerqueira, dissertação de doutoramento em História apresentada à Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, Lisboa, 1998 (texto fotocopiado). LÓPEZ-GAY, Jesús S.J., "Father Francisco Pasio (1554-1612) And his Ideas About the Sacerdotal Trainning of the Japanese"in Bulletin of Portuguese/Japanese Studies, vol. 3, (Dez. 2001), Lisboa, Centro de História de Além-Mar - Universidade Nova de Lisboa, pp. 27-42.