Data de publicação
2009
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Área Geográfica
Religioso da Companhia de Jesus que trabalhou especialmente no Japão. Nasceu em Lisboa em 1569 e morreu em 12 de Julho de 1632 no Japão. Entrou para a Companhia de Jesus a 22 de Dezembro de 1583, tendo efectuado os seus estudos em Coimbra. Em 1586 partiu para a Índia, passado ao Japão a 21 de Julho de 1590. Em 1592 estudava Teologia em Todos os Santos mas em Março de 1596 foi para Macau, a fim de receber as ordens sacras, tendo regressado novamente ao Japão em Agosto desse mesmo ano. Foi nomeado companheiro de D. Luís Cerqueira quando este chegou ao Japão em 1598 pois o padre Valentim de Carvalho, que desempenhava essa função desde Lisboa não dominava a língua japonesa. Desempenhou também o cargo de notário eclesiástico. Tornou-se professo de 4 votos em Nagasáqui, a 8 de Dezembro de 1602. Em Outubro de 1603 continuava ainda na cidade, onde era lente de casos no colégio. Em Setembro de 1605 era superior da residência de Hiroshima, cargo que desempenhava ainda em Outubro de 1607. Em 1609 foi nomeado reitor do colégio de Arima, que, devido à instabilidade política, foi transferido para Nagasáqui em 1612. Nesse ano foi acometido por uma grave doença, com repetidas situações de paralisia em todos os membros. A doença manifestou-se nos anos seguintes, deixando-o incapacitado, pelo que tinha um irmão japonês ao seu serviço. Partiu para o exílio em Macau em Novembro de 1614 mas em Agosto do ano seguinte, ainda que adoentado, voltou para o Japão. A 18 de Julho de 1617 recebeu a nomeação para o cargo de provincial, desempenhando simultaneamente a função de governador de bispado. Nos primeiros anos na clandestinidade tinha um caseiro chinês que lhe dava guarida e disfarçava-se de mercador português, japonês ou chinês, usando uma barba postiça. Em 1620-21 encontrava-se em Katsusa. Na clandestinidade usou o nome japonês de Jehiun, mudando depois para Josuy, porque o primeiro já se tornara conhecido. A 1 de Janeiro de 1624 o Geral ordenou-lhe que, se tivesse forças deveria partir do Japão mas foi impedido pelo provincial. Após a captura do padre Francisco Pacheco, em 18 de Dezembro de 1625, voltou ao governo da missão, desempenhando o cargo de vice provincial até à sua morte. Nunca foi capturado. Em 1612 foi incumbido de compilar uma História da Igreja do Japão mas a tarefa acabou por ser depois confiada a João Rodrigues. Foi frequentemente acusado de ser demasiado apaixonado pela causa portuguesa e de se dar mal com os estrangeiros. Foi também crítico em relação à admissão de clero nativo. Falava muito bem a língua japonesa e pregava nela.

Bibliografia:
Monumenta Historica Japoniae, dir. de Josef Franz Schütte S. J., Roma, Institutum Historicum Societatis Iesu, 1975. COSTA, João Paulo Oliveira e, O Cristianismo no Japão e o Episcopado de D. Luís de Cerqueira, dissertação de doutoramento em História apresentada à Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, Lisboa, 1998 (texto fotocopiado). SCHÜTTE, Josef Franz, S.J., Introductio ad historiam Societatis Iesu in Japonia, 1549-1650. Ac Proemium ad Catálogos Japoniae Ededos ad Edenda Societatis Jesu Monumenta Historica Japoniae, Roma, Institutum Historicum Societatis Iesu, 1968.