Data de publicação
2009
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Período
Área Geográfica
5º duque de Bragança, 3º duque de Guimarães.

Filho de D. Jaime, 4º duque de Bragança e de D. Leonor de Mendonça.

Ascendeu ao ducado de Bragança após a morte do seu pai, no ano de 1532.

Três anos depois D. Teodósio deveria acompanhar o infante D. Luís à empresa da Goleta, auxiliando o imperador Carlos V. No entanto, D. João III ordenou-lhe que não fosse. Contrariamente ao infante, o duque obedeceu, permanecendo no reino. Nesse mesmo ano foi eleito condestável do reino em substituição do infante D. Luís.

A 9 de Dezembro de 1540 o rei nomeou-o fronteiro-mor das províncias do Minho e Trás-os-Montes.

O seu casamento foi concertado por D. João III e a rainha D. Catarina que determinaram que o duque se casaria dentro da sua própria linhagem. A noiva escolhida foi D. Isabel de Lencastre, sua prima co-irmã, filha de D. Dinis, seu tio e de D. Beatriz de Castro, Senhora da Casa de Lemos. D. Isabel tinha sido criada no Paço Real desde a morte do seu pai e era muito chegada a D. Catarina. O contrato de casamento celebrou-se no paço a 19 de Junho de 1542 sendo a celebrada com aparato a 25 de Junho do mesmo ano, em Vila Viçosa.

Em Outubro de 1543 acompanhou, juntamente com o arcebispo de Lisboa, a infanta D. Maria que se ia casar com D. Filipe, herdeiro de Castela.

A duquesa D. Isabel morreu a 24 de Agosto de 1558, tendo apenas um filho, D. João, que sucederia a seu pai no ducado.

No ano seguinte, a 4 de Setembro, o duque casou novamente, desta vez com D. Beatriz de Lencastre, filha de D. Luís de Lencastre, comendador-mor da Ordem de Avis, filho de D. Jorge, duque de Coimbra. Note-se que estas segundas núpcias do duque obedeciam mais a uma inclinação pessoal do que a uma estratégia matrimonial concertada. O casamento efectuou-se sem licença régia e contra a vontade da regente, D. Catarina, que após ter tomado conhecimento da boda intimou o duque a abandonar a corte, recolhendo-se este em Torres Vedras. Mas o exílio parece não ter durado muito tempo. Deste segundo casamento D. Teodósio teve dois filhos: D. Jaime, comendador de S. Martinho de Moreira na ordem de Cristo; e D. Isabel, duquesa de Caminha e marquesa de Vila Real.

Em 1558, por sugestão do duque, o seu irmão, D. Constantino de Bragança, foi nomeado vice-rei da Índia. A sua comitiva era composta por um grande número de criados da casa de Bragança, que desta forma alargava as teias da sua rede clientelar. Nunca participou em actos militares, mas enviou 400 cavalos para socorrer a praça de Safim e foi escolhido pela rainha D. Catarina para liderar o socorro a Mazagão, que se encontrava cercada. Contudo, o duque não chegou a intervir pois com a demora de decisão da rainha regente (muito criticada na altura) os mouros abandonaram o sítio. D. Teodósio interessava-se muito pela vida nas cortes europeias, dispondo de agentes na cúria romana, na corte do Imperador e em Veneza, que lhe enviavam relatos dos principais acontecimentos, que depois foram por ele reunidos nos Livros de Muitas Cousas.

Em Julho de 1560 obteve do papa autorização para a fundação de uma universidade, com os mesmos privilégios da Universidade de Coimbra, no convento de Santo Agostinho em Vila Viçosa. As obras foram iniciadas mas com a morte do duque a 20 de Setembro de 1463 não tiveram seguimento.

Bibliografia:
PELÚCIA, Alexandra, Martim Afonso de Sousa e a sua linhagem: a elite dirigente do Império Português nos reinados de D. João III e D. Sebastião, Tese de Doutoramento apresentada à FCSH/UNL (texto policopiado), 2007. SOUSA, António Caetano de, História Genealógica da Casa Real Portuguesa, tomo VI, nova edição revista por M. Lopes de Almeida e César Pegado, Coimbra, Atlântida Livraria Editora, 1948.