Data de publicação
2009
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3º duque de Bragança, 1º duque de Guimarães, 1º conde de Guimarães, 2º marquês de Vila Viçosa, 4º conde de Arraiolos, 6º conde de Ourém, 10º conde de Barcelos e 4º conde da Neiva nasceu em 1430, muito provavelmente, em Vila Viçosa, residência mais frequente de seus pais, D. Fernando, 3º conde de Arraiolos (e futuro 2º Duque de Bragança) e D. Joana de Castro, que haviam casado no ano anterior. Por via paterna, D. Fernando era neto de D. Afonso, 1º duque de Bragança e bisneto de D. João I e D. Nuno Álvares Pereira.
Tinha 17 anos quando o pai o casou com D. Leonor de Meneses, filha do de D. Pedro de Meneses, 1º capitão de Ceuta e conde de Viana e Vila Real. O contrato de casamento foi realizado no dia 14 de Agosto de 1447 nos paços do castelo de Ceuta (D. Isabel enviou o seu procurador, Álvaro Pires), residência do conde de Arraiolos que era, nesta altura, capitão da praça. A acompanhar o pai neste seu cargo estavam os dois filhos mais velhos, D. Fernando II e D. João, futuro marquês de Montemor.
Estreou-se nas lides militares em 1452, quando acompanhou o pai a Ceuta para fazerem regressar o infante D. Fernando ao Reino. Voltou a Marrocos, desta vez integrando um grande exército, em 1458, para a conquista de Alcácer Ceguer.
Depois de se saber herdeiro da Casa de Bragança (devido à morte do tio, o marquês de Valença), em Abril de 1461, D. Fernando passou ao Norte de África, mais precisamente a Alcácer Ceguer, numa expedição organizada à sua custa, com duzentos homens a cavalo e mil homens de pé. Em conjunto com D. Duarte de Meneses, capitão de Alcácer Ceguer, D. Afonso de Vasconcelos, conde de Penela, e outros nobres, entrou inúmeras vezes em território mouro, tendo chegado quase às portas de Tânger. Pelos seus feitos, D. Afonso V deu-lhe, em 1463, a consagração esperada, o título de conde de Guimarães.
A 15 Janeiro de 1462, D. Fernando foi nomeado fronteiro-mor de Entre-Douro, Minho e Trás-os-Montes em substituição do avô, o 1º duque de Bragança, que morrera em Dezembro de 1461.
Participou nas campanha marroquinas de 1463-64, fazendo, com o infante D. Fernando uma entrada na serra de Benamir, da qual resultaram muitos cativos e gado apreendido e foi um dos nobres que acompanhou D. Afonso V a Gibraltar quando este se foi encontrar com Henrique IV, de Castela.
Depois de o pai se ter tornado duque de Bragança, a D. Fernando, viúvo, e sem descendência do seu primeiro casamento, impunha-se uma nova união pela necessidade de um herdeiro. A noiva escolhida foi D. Isabel, filha do infante D. Fernando e prima do herdeiro do trono, o futuro D. João II, reflectindo bem a ascensão da posição social do Duque de Guimarães. Com este casamento, cujo contrato data de 12 de Julho de 1470, a Casa de Bragança voltava a unir-se à Casa Real.
Em 1471 voltou a Marrocos com o rei para a conquista de Arzila, tendo sido o responsável pela armada que partiu do Porto. Quatro anos depois, D. Afonso V fez-lhe doação de Larache, com direito de povoamento, algo que o duque nunca fez.
Apesar do duque seu pai se ter manifestado contra as pretensões afonsinas ao trono castelhano, D. Fernando, representante da linhagem, participou na guerra peninsular como condestável, embora o cargo pertencesse a seu irmão, o marquês de Montemor Quando em 1478 sucedeu a seu pai no ducado de Bragança, D. Fernando II tornou-se no titular do maior domínio senhorial de Portugal, sendo encarado como o representante máximo da alta nobreza portuguesa.
Com a subida ao trono de D. João II em 1481, a relação da alta nobreza com a Coroa modificou-se. Dizem os cronistas que a inimizade entre o duque e D. João II vinha de longe. Nas cortes de Évora de 1481 o duque de Bragança mostrou-se renitente a prestar juramento com a nova fórmula de menagem imposta pelo monarca, declarando-a danosa para a sua honra, e enviou a Vila Viçosa o seu vedor da Fazenda, que delegou a tarefa na filho, para ir buscar as escrituras existentes de doações e privilégios dados ao ducado de Bragança. No seu cofre foi encontrada correspondência entre o Duque e os reis castelhanos, correspondência esta que foi copiada e entregue ao rei.
A partir dessa correspondência procurou-se provar que o duque e seus irmãos, em especial o marquês de Montemor (cuja correspondência também havia sido interceptada), conspiravam com os Reis Católicos contra Portugal.
O duque, acusado de alta traição, foi preso a 30 de Maio de 1483, julgado, condenado à morte e executado publicamente a 20 de Junho desse mesmo ano. Os bens da Casa de Bragança foram confiscados pela Coroa e os seus descendentes banidos da corte.
Bibliografia:
CUNHA, Mafalda Soares da, Linhagem, Parentesco e Poder. A Casa de Bragança (1384-1433), Lisboa, Fundação da Casa de Bragança, 1990. SOUSA, António Caetano de, História Genealógica da Casa Real Portuguesa, tomo V, nova edição revista por M. Lopes de Almeida e César Pegado, Coimbra, Atlântida Livraria Editora, 1948.
Tinha 17 anos quando o pai o casou com D. Leonor de Meneses, filha do de D. Pedro de Meneses, 1º capitão de Ceuta e conde de Viana e Vila Real. O contrato de casamento foi realizado no dia 14 de Agosto de 1447 nos paços do castelo de Ceuta (D. Isabel enviou o seu procurador, Álvaro Pires), residência do conde de Arraiolos que era, nesta altura, capitão da praça. A acompanhar o pai neste seu cargo estavam os dois filhos mais velhos, D. Fernando II e D. João, futuro marquês de Montemor.
Estreou-se nas lides militares em 1452, quando acompanhou o pai a Ceuta para fazerem regressar o infante D. Fernando ao Reino. Voltou a Marrocos, desta vez integrando um grande exército, em 1458, para a conquista de Alcácer Ceguer.
Depois de se saber herdeiro da Casa de Bragança (devido à morte do tio, o marquês de Valença), em Abril de 1461, D. Fernando passou ao Norte de África, mais precisamente a Alcácer Ceguer, numa expedição organizada à sua custa, com duzentos homens a cavalo e mil homens de pé. Em conjunto com D. Duarte de Meneses, capitão de Alcácer Ceguer, D. Afonso de Vasconcelos, conde de Penela, e outros nobres, entrou inúmeras vezes em território mouro, tendo chegado quase às portas de Tânger. Pelos seus feitos, D. Afonso V deu-lhe, em 1463, a consagração esperada, o título de conde de Guimarães.
A 15 Janeiro de 1462, D. Fernando foi nomeado fronteiro-mor de Entre-Douro, Minho e Trás-os-Montes em substituição do avô, o 1º duque de Bragança, que morrera em Dezembro de 1461.
Participou nas campanha marroquinas de 1463-64, fazendo, com o infante D. Fernando uma entrada na serra de Benamir, da qual resultaram muitos cativos e gado apreendido e foi um dos nobres que acompanhou D. Afonso V a Gibraltar quando este se foi encontrar com Henrique IV, de Castela.
Depois de o pai se ter tornado duque de Bragança, a D. Fernando, viúvo, e sem descendência do seu primeiro casamento, impunha-se uma nova união pela necessidade de um herdeiro. A noiva escolhida foi D. Isabel, filha do infante D. Fernando e prima do herdeiro do trono, o futuro D. João II, reflectindo bem a ascensão da posição social do Duque de Guimarães. Com este casamento, cujo contrato data de 12 de Julho de 1470, a Casa de Bragança voltava a unir-se à Casa Real.
Em 1471 voltou a Marrocos com o rei para a conquista de Arzila, tendo sido o responsável pela armada que partiu do Porto. Quatro anos depois, D. Afonso V fez-lhe doação de Larache, com direito de povoamento, algo que o duque nunca fez.
Apesar do duque seu pai se ter manifestado contra as pretensões afonsinas ao trono castelhano, D. Fernando, representante da linhagem, participou na guerra peninsular como condestável, embora o cargo pertencesse a seu irmão, o marquês de Montemor Quando em 1478 sucedeu a seu pai no ducado de Bragança, D. Fernando II tornou-se no titular do maior domínio senhorial de Portugal, sendo encarado como o representante máximo da alta nobreza portuguesa.
Com a subida ao trono de D. João II em 1481, a relação da alta nobreza com a Coroa modificou-se. Dizem os cronistas que a inimizade entre o duque e D. João II vinha de longe. Nas cortes de Évora de 1481 o duque de Bragança mostrou-se renitente a prestar juramento com a nova fórmula de menagem imposta pelo monarca, declarando-a danosa para a sua honra, e enviou a Vila Viçosa o seu vedor da Fazenda, que delegou a tarefa na filho, para ir buscar as escrituras existentes de doações e privilégios dados ao ducado de Bragança. No seu cofre foi encontrada correspondência entre o Duque e os reis castelhanos, correspondência esta que foi copiada e entregue ao rei.
A partir dessa correspondência procurou-se provar que o duque e seus irmãos, em especial o marquês de Montemor (cuja correspondência também havia sido interceptada), conspiravam com os Reis Católicos contra Portugal.
O duque, acusado de alta traição, foi preso a 30 de Maio de 1483, julgado, condenado à morte e executado publicamente a 20 de Junho desse mesmo ano. Os bens da Casa de Bragança foram confiscados pela Coroa e os seus descendentes banidos da corte.
Bibliografia:
CUNHA, Mafalda Soares da, Linhagem, Parentesco e Poder. A Casa de Bragança (1384-1433), Lisboa, Fundação da Casa de Bragança, 1990. SOUSA, António Caetano de, História Genealógica da Casa Real Portuguesa, tomo V, nova edição revista por M. Lopes de Almeida e César Pegado, Coimbra, Atlântida Livraria Editora, 1948.